Saúde e Bem-Estar

Depoimento

Adriano Justino
07/02/2010 02:06
Clay Brites, neuropediatra, especialista em neurologia do aprendizado e associado à Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA).
Esforço redobrado
uecimentos recorrentes também alimentavam a sensação de fracasso. Quando fui aprender a dirigir, não conseguia me concentrar nas leis de trânsito e no carro ao mesmo tempo, infringindo faixas de sinalização. Na escola ia bem, mas tinha que me dedicar com mais afinco e persistência para memorizar o mesmo volume de conhecimento que os demais.
Apesar de tudo, gostava de estudar e comecei a dar aulas para amigos. Isso ajudou a superar as minhas dificuldades. No colegial, fui o primeiro aluno da sala em notas. Na graduação em Medicina, tive que estudar dobrado, mas consegui concluir em 16º lugar. Me especializei em pediatria e neuropediatria na Santa Casa de São Paulo.
Até hoje, para memorizar rotinas e compromissos, é imprescindível a utilização de agendas, editais, bloco de notas, agenda de celular com sonorização e o apoio da minha esposa. Com essas medidas, somadas à medicação, minha vida mudou e hoje “enxergo” tudo com mais clareza, com poucas situações de esquecimento.
Tenho uma clínica multidisciplinar, onde trabalho com jovens com os mesmos problemas de atenção e transtornos de leitura e escrita. Como exemplo da forte transmissão genética deste transtorno, tenho um filho (na foto comigo) com as mesmas dificuldades e busco auxiliá-lo da melhor maneira possível para que não sofra tanto. O tratamento muda vidas e pode reverter o fracasso escolar e a relação do indivíduo com seus entes queridos e autoridades escolares, permitindo, assim, plena saúde afetiva e mental.”