Saúde e Bem-Estar

Sinais de endometriose juvenil

Amanda Milléo
28/08/2015 12:06
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Cólicas menstruais que vão aumentando de intensidade a cada mês não são normais, nem mesmo no início da vida fértil. Por achar natural sentir dor, entre 4% a 17% das meninas depois da primeira menstruação desenvolvem endometriose. Porém, o diagnóstico da doença só acontece de 7 a 12 anos depois dos primeiros sintomas, quando a gravidez demora a aparecer ou surgem lesões além do útero.
Algumas células do endométrio, camada que reveste o útero, quando não são eliminadas pela menstruação causam lesões em outras partes, como ovários e cavidade abdominal, caracterizando a doença. Dores fortes, a princípio só no período menstrual, mas depois por todo o mês, são os primeiros sinais da endometriose na adolescência. “A dor passa a ser contínua porque a lesão pode estar maior ou ter um número maior de lesões”, afirma Frederico Corrêa, médico diretor do centro de excelência em endometriose de Brasília, membro da Febrasgo e professor da faculdade de medicina da UNB.
Cirurgia
Em adolescentes, a cirurgia não é o tratamento mais indicado, visto que as lesões podem retornar. Atualmente, a endometriose é tratada com anticoncepcionais que suspendem a menstruação por longos períodos e anti-inflamatórios contra a dor.
A mudança no estilo de vida é defendida pelo ginecologista Rodrigo Berger, do serviço de ginecologia do Hospital Marcelino Champagnat. “Cuidar da alimentação e do peso é o ideal, porque o tecido gorduroso produz o estradiol, hormônio feminino que alimenta a endometriose”, afirma.
“Quando estamos estressados, aumenta o nível de cortisol, que altera o aspecto imunológico do organismo. Hoje sabemos que por algum motivo imunológico, o sangramento que ocorre perto do útero em toda a menstruação não é absorvido, surgindo as lesões”, diz.
Evolução
Ainda não há medicamentos que controlem a evolução da endometriose, mas os tratamentos atuais tentam reduzir o número de sequelas no intestino, bexiga, rins, ureter e infertilidade.
Fique de olho
Síndrome mais comum entre as mulheres, 15% a 20% têm ovário policístico
A Síndrome do Ovário Policístico é outro distúrbio muito comum na adolescência, sem relação com a endometriose. O excesso de hormônio masculino no organismo faz com que a menina tenha muita acne, pelos no rosto, além de não conseguir ovular. A síndrome está associada ao excesso de peso, e o objetivo do tratamento é equilibrar os hormônios, seja com redução de peso, seja  com o uso de anticoncepcionais, que regularizam o quadro hormonal.