Saúde e Bem-Estar

Passatempos para desenvolver crianças

Daniela Piva
02/05/2015 18:33
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A família Rosenda Ferrari vive disputando. Às vezes, para ver quem sabe mais sobre os seis continentes. Em outros momentos, para descobrir quem é melhor na mímica. Apesar de não existir “café-com-leite” na hora de jogar – recurso utilizado por alguns pais, permitindo que os filhos tenham regras especiais –, quem ganha mesmo é o grupo inteiro. Além de diversão, as brincadeiras estimulam diversas habilidades das crianças.
O dentista Fernando Ferrari e a party designer Taniana Rosenda investem bastante na educação dos três garotos, inclusive nas horas de lazer. Não é à toa que o primogênito Fernando, 9 anos, é o sabe-tudo de Matemática e Geografia. Rafael, 8 anos, foi eleito o melhor aluno por duas vezes na escola em que estuda. O caçula Francisco, 4 anos, monta um quebra-cabeça em poucos minutos e arrasa no futebol com os coleguinhas. Para os pequenos, não existe celular nem tablet. Computador é liberado somente para pesquisas escolares e o videogame fica restrito aos fins de semana (além disso, apenas jogos próprios para a idade). “Eles adoram videogame, mas trocam fácil se sugerimos uma brincadeira em família. Gostamos dessa interação”, explica Taniana.
Ludicidade
É na hora de brincar que a criança reproduz a sua vida e interpreta a realidade em torno de si e dos outros, segundo a psicopedagoga da Escola Atuação Esther Pereira. “Essas atividades influenciam na formação da autonomia, da criatividade, na possibilidade de trabalhar e aceitar desafios, construindo a personalidade”.
A estimulação por meio de jogos se dá nas dimensões cognitivas, afetivas, sociais e psicomotoras, de acordo com Evelise Portilho, psicopedagoga doutora em educação, pois as estratégias de cada brincadeira contribuem para o aprendizado e desenvolvem, por exemplo, a lateralidade, a memória, a atenção, a concentração e os movimentos.  As especialistas são unânimes: os pais também podem (e devem) estimular o lado lúdico dos filhos, pois brincar faz com que os pequenos se tornem emocionalmente saudáveis e essa relação será levada para a vida adulta.  “Essa diversão com ensinamento deve estar presente desde o nascimento. Quando o bebê, ainda de colo, derruba uma chave no chão, por exemplo, o deslocamento do objeto para ela é ‘uma brincadeira’. Para o adulto, pode ser um momento rico para intervir no desenvolvimento de habilidades”, expõe Evelise.
Passatempos educativos
As psicopedagogas Esther Pereira e Evelise Portilho indicam as melhores brincadeiras para desenvolver habilidades específicas:
Concentração
Xadrez, ludo, baralhos, queimada e alerta.
Coordenação motora
Escravos de Jó, brincadeiras de roda, bets, elástico, bolinha de gude e Cinco Marias.
Espírito de equipe
Caçador, vôlei, futebol, esconde-esconde e pé de lata.
Raciocínio lógico
Jogos matemáticos.
Memória
Dominó de letras ou de números e baralhos de animais.
Fala
Repetição e stop de palavras, além de jogos de alfabetizacão.
“Brincadeiras fazem parte da aprendizagem e é importante que os pais se atentem a isso, para que os filhos sejam mais propícios ao estudo, ao lúdico, e tenham capacidade para resolver conflitos e compreender diferentes situações.”
Esther Pereira, psicopedagoga
“Inserimos, primeiro, os jogos fáceis: de encaixar, de memória, quebra-cabeça… Tudo que estimulasse a coordenação motora, o raciocínio e a concentração. Hoje eles são muito afiados.”
Taniana Rosenda 38 anos
“Certa vez, o Rafa pediu para que eu o ensinasse xadrez, pois haveria uma competição na escola. Ensaiamos umas jogadas durante a noite e, no dia seguinte, ele foi campeão. Eles são muito espertos, aprendem muito rápido.”
Fernando Ferrari 37 anos