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É possível ser feliz na segunda-feira!
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Domingo à tarde, depois do almoço com a família, começa a bater a “deprê”. E as piadas do apresentador de auditório e a trilha sonora do programa de variedades, reforçam ainda mais a contagem regressiva para acordar cedo e voltar ao trabalho. A cena parece familiar? Pois saiba que a carinhosamente conhecida “síndrome de Garfield”, em referência ao famoso personagem de histórias em quadrinhos que odeia a segunda-feira, faz parte do inconsciente coletivo.

“A grande maioria das pessoas acredita que tem antipatia pelo primeiro dia da semana, mas muitas vezes não há motivos reais para isso. Elas estão condicionadas a esse pensamento e se vitimizam, como se algo ruim fosse acontecer, a rotina fosse insuportável e colocam a culpa na segunda-feira”, explica Tonio Dorrenbach Luna, psicólogo e consultor em relações humanas.

Para o especialista, o grande problema é que muitas pessoas encaram o trabalho como algo ruim e não como atividade produtiva e prazerosa. “Normal­­mente as pessoas insatisfeitas não querem se esforçar para fazer um bom trabalho, pois estão ali apenas pela questão financeira. Além de rever essa relação, é preciso descobrir que tipo de atividade pode dar sentido a sua vida. Somente assim será possível encarar o trabalho como algo bom e, já no domingo, ter estímulo e vontade de trabalhar”, acresenta Tonio Luna.

Relógio biológico

Outro fator que colabora para o mau-humor típico da segunda-feira é a alteração do relógio biológico que ocorre no fim de semana. “São os ciclos que criamos em torno do princípio de prazer. Mas é preciso se desapegar disso para descontrair a segunda-feira”, indica Alba Regina Bonotto, filósofa e psicóloga.

A maioria das pessoas deixa hábitos de lazer, como atividades físicas, cinema ou a balada com os amigos, para sexta ou sábado e acaba se frustando quando chega a segunda-feira, porque não conseguiu fazer tudo o que queria. “É importante inserir essas atividades ao longo da semana, torná-las parte da rotina”, orienta a psicóloga Eneida Ludgero.

Uma das estratégias indicadas pelos especialistas, para ter um primeiro dia da semana mais tranquilo é aliviar as expectativas e atividades do fim de semana. É possível fazer coisas prazerosas em qualquer dia da semana, inclusive logo no primeiro dia.

“Sair com um amigo, ir ao cinema, fazer um passeio, tornam a segunda-feira apenas uma passagem para terça-feira”, afirma Alba Bonotto.

Relação de amor e ódio

Será que a segunda-feira precisa ser sempre um sofrimento? Para o engenheiro aposentado Joaquim Artuzo Lopes, não. Aos 63 anos, mais de 30 dedicados à profissão, ele conta que viveu relações de amor e ódio com o primeiro dia da semana. “Teve uma época em que ao ouvir a voz do Faustão eu ficava chateado, sem a menor vontade de trabalhar. Mas eu vi que o problema não era a segunda-feira e sim o ambiente onde eu trabalhava, estressante e desinteressante”, conta.

Depois de sentir tanta angústia, Lopes abandonou o trabalho e buscou outro emprego que lhe trouxesse mais satisfação. Resultado: logo passou a adorar as segundas-feiras. “Comecei a trabalhar em algo que me dava liberdade criativa e autonomia e meu trabalho começou a ser um divertimento. Foi minha época mais produtiva, eu realmente aproveitava a segunda-feira”, lembra.

Eu gosto, e daí?

Apesar de toda a crença de que a segunda-feira é o dia oficial da preguiça, há quem se sinta mais disposto e animado no começo da semana. Quem mora sozinho e/ou está solteiro, por exemplo, não vê, muitas vezes, a hora de que chegue a segunda-feira para ter logo uma porção de gente por perto. Por outro lado, há uma turma que recarrega as energias no fim de semana e quer gastá-las logo nas primeiras horas da semana que começa. “A segunda é o pico da minha animação, aí, com o passar dos dias, vou ficando mais cansada”, afirma a relações públicas Bruna Uliano Monticelli, dona do gato persa Kenzo, que ilustra essa matéria.

Os workaholics, pessoas viciadas no trabalho, também fazem parte do grupo de quem não fica muito confortável com o descanso: eles querem mais é colocar rápido em prática suas ideias e projetos acumulados no fim de semana. “Para eles, a segunda-feira é uma tábua de salvação, que os tira de casa e os faz voltar ao trabalho rotineiro”, afirma Lúcio.

Mas para alguns, a segunda tem cara de sábado – ou até de domingo. Para quem pega no pesado no fim de semana, segunda, ora vejam, é dia de folga! É o caso da esteticista Eliete Souza Oliveira Rosa, que trabalha num salão de beleza, fechado às segundas. “Fico em casa tranquila, faço o almoço e depois posso resolver minhas coisas no banco, fazer compras, pois está tudo aberto”, conta. Isso sem contar que, na folga, ela consegue curtir os filhos. De manhã, antes de irem à escola, é tempo de colocar a conversa em dia, brincar, tocar violão e dar aquela olhada no carderno dos meninos…

E você, o que acha da segunda-feira? Conte para o Viver Bem!

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