Saúde e Bem-Estar

Emagrecer na velhice é possível (e é muito saudável)

Marina Mori
27/11/2015 22:00
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A partir dos 30 anos, o metabolismo começa a desacelerar. Os sinais do envelhecimento são sutis e ganham força anos mais tarde. Fica mais fácil engordar. Emagrecer, nem tanto.
O pico de peso na vida de um indivíduo é atingido aos 65 anos de idade, diz Daniele Zaninelli, endocrinologista do Hospital Vita. Depois disso, a tendência é que os números da balança se estabilizem. Mesmo assim, é preciso ter cuidado. Além de piorar dores no corpo, principalmente nas articulações, o excesso de peso aumenta a incidência de doenças cardiovasculares, diabete e pressão alta.
“As pessoas mais suscetíveis a essas doenças são aquelas que engordaram na juventude”, diz Daniele. Mas como perder peso na terceira idade? A fórmula não é segredo: combinar rotina de alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares.
Esqueça as dietas
Emagrecer muito num curto período de tempo pode ser perigoso. Vivian Ellinger, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, explica que as “dietas artificiais” forçam hábitos alimentares que não podem ser mantidos no cotidiano. Perdas rápidas de peso podem causar desidratação súbita e sarcopenia, relacionada à perda de massa muscular e força na terceira idade.
A dica é observar seus hábitos: mantenha um diário alimentar com tudo o que for consumido durante o dia. Ao fim de uma semana, tenha um panorama do que pode ser retirado ou adicionado às refeições. Fazer 150 minutos de atividades físicas moderadas por semana, o que dá uma média de 30 minutos por dia, também é recomendável. “Uma caminhada é suficiente, mas associar o exercício aeróbico com a musculação ou a hidroginástica é o ideal”, explica Daniele.
No organismo
O que muda ao emagrecer?
Coração: diminuição do risco do enfarte e morte por insuficiência cardíaca.
Fígado: menor risco de esteatose hepática (gordura no fígado), que é associada a derrames e enfartes.
Estômago: melhora de refluxo e menor chance de adquirir câncer de intestino.
Pulmões: prevenção de doenças pulmonares e melhora da apneia do sono (três vezes mais forte no idoso).
Articulações: maior mobilidade corporal; melhora da artrose e reumatismo.
Cérebro: melhora cognitiva e redução do risco de AVC.
Rins: diminuição do risco de arteriosclerose, controla melhor a diabete.
IMCs diferentes
O índice de massa corporal avalia se o peso do indivíduo está de acordo com a altura. Nos adultos, o número considerado saudável vai de 18,5 a 24,99. Acima disso, o número indica que está acima do peso. Pessoas com mais de 60 anos, entretanto, podem ter IMC entre 22 e 27.