Saúde e Bem-Estar

Conheça 8 tipos de parto

Amanda Milléo
30/12/2015 09:00
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Parto normal e cesárea são os mais conhecidos, mas estão longe de serem as únicas maneiras de trazer o bebê ao mundo. Conheça os benefícios, desvantagens e as indicações dos principais tipos de partos, de acordo com as informações de Carlos Miner Navarro, obstetra e ex-professor da UFPR, Jurandir Passos, ginecologista, obstetra e especialista em Medicina Fetal do Laboratório Frischmann Aisengart e Sibylle Campos, enfermeira obstetra alemã, professora da Universidade Estadual de Montes Claros.
As múltiplas formas de dar à luz
Veja os mais comuns e outros, mais raros:
Os mais conhecidos
Parto normal: pela via vaginal, entre a 38ª e a 40ª semana de gestação, sem uso de fórceps ou outro meio para retirar o bebê do canal do parto, mas pode ter intervenções. As contrações são o indicativo de que está na hora de nascer, especialmente quando chegam a cada cinco minutos. A dilatação do colo do útero deve estar em 10 cm, aproximadamente, para o útero empurrar o bebê, com ajuda da força da mãe. Indicado quando: grávidas sem complicações na gestação. Se for preciso fazer o corte cirúrgico no períneo para ajudar na passagem do bebê, a mãe deve cuidar com a cicatrização.
Cesárea: processo cirúrgico feito através de uma incisão no abdome e na parte inferior do útero, para a retirada do bebê. Após o nascimento, o bebê é avaliado pelo pediatra e a mãe vai à sala de recuperação. Indicado quando: se houver um impedimento para o parto normal ou se a mulher tiver riscos de hemorragia, descolamento de placenta, problemas de coluna ou quadril, cardiopatias, diabete gestacional ou hipertensão. Quando a mãe não tem dilatação no parto normal, às vezes é indicada a cesárea. Há riscos de infecção, hemorragia, complicações da anestesia ou mesmo acidentes próprios à cirurgia. A cicatrização também exige atenção das mães. Cordão enrolado no pescoço, bebê grande demais, mulher pequena ou obesa ou magra demais, ou se há muito ou pouco líquido não são indicações para cesárea, a priori.
Ajuda a relaxar
Na água: pode ser usada em duas situações: antes ou durante o nascimento. No período anterior, é muito indicada para relaxar a mulher e ajudá-la na dor das contrações. Pode ser tanto uma imersão na água morna quanto uma ducha de chuveiro. Há quem as defenda para que o bebê faça uma transição mais suave do útero para o mundo. Para as mães, pode haver maior elasticidade do períneo, prevenindo lacerações durante a passagem. Há um risco de desenvolver infecções no bebê, mas é pequeno. Se a mãe estiver com a bolsa rompida por muito tempo, se o bebê for muito grande ou se a posição que estiver for difícil de nascer, o nascimento na água pode ser contraindicado. Dentro da água é mais difícil realizar intervenções na mãe ou no bebê, se forem necessárias. Indicado quando: para mães que estão pensando em parto normal, o uso da água tanto na imersão quanto em forma de ducha podem reduzir as dores e o desconforto, incentivando a evolução do parto. Contraindicado em gestantes com quadros de pré-eclâmpsia.
Reduz a dor e acelera o parto
De cócoras/em pé: fazer o parto deitada foge da lógica fisiológica do organismo, pois o canal do parto se fecha, comprimindo a circulação interna da mãe e prejudicando o aporte de oxigênio para o bebê. Quando a gestante fica em pé, na posição de cócoras ou mesmo sentada, a gravidade tende a ajudar, dando espaço para a coluna se ampliar, e o canal do parto se manter aberto. Além disso, o parto vertical impede quedas no ritmo dos batimentos cardíacos do bebê. A grávida sente menor dor e a eficácia da contração é maior, reduzindo o trabalho de parto. Indicado quando: se a mulher não tiver problema de pressão arterial e se o bebê estiver em uma posição adequada, não há contraindicações.
Facilita a adaptação do bebê
Leboyer: trata-se mais do ambiente em que o bebê nasce do que do parto em si, e segue as diretrizes do parto humanizado. Leboyer, um obstetra francês, preconizava que o parto deveria ser feito em ambiente, de preferência, fora do centro cirúrgico, com pouca luz e sem muito barulho. Depois do nascimento, o bebê era colocado sobre o corpo da mãe, mantendo o contato pele a pele, sem intervenções imediatas, respeitando o momento de vínculo entre os dois. Indicado quando: para quando a gestação se encaminha tranquilamente, sem nenhum problema cardíaco da mãe.
Acelera o processo
Parto induzido: usa medicamentos para iniciar o trabalho de parto, e pode evoluir sem necessidade de qualquer outra medicação além da inicial. No entanto, na maioria das vezes, é feita uma manutenção do soro com ocitocina, regulando as contrações. Em geral, é mais doloroso e trabalhoso para a mãe, mas com a chance de terminar em um parto normal, embora não natural. Indicado quando: para induzir o parto com uso de remédios, deve haver também uma indicação clara, como o surgimento de uma doença ou condição da mãe ou do bebê.
Para mudar a posição
Parto pélvico: quando o bebê decide que vai nascer sentado, há diferentes posições e manobras para facilitar o nascimento. Há estudos que indiquem a posição de quatro apoios para a mãe nesses casos. Se a mãe preferir, há manobras externas, aplicadas por um obstetra experiente, dentro do hospital e em determinadas condições clínicas, que podem ajudar. Indicado quando: especialmente se esse não for o primeiro parto da mulher, embora para a primeira gestação também não haja impedimentos.
O mais polêmico
Domiciliar: a recomendação da Organização Mundial da Saúde é que o parto domiciliar seja feito em um espaço onde a mulher se sinta segura, seja na residência ou em casas de parto, comuns em outros países. Para o auxílio, deve ser montada uma equipe, composta por enfermeiras obstétricas e neonatais, doulas, midwives, pessoas capazes de transferir a mãe para um hospital, se necessário. Mas, uma indicação básica e imprescindível é que durante a gestação ou no início do trabalho de parto não tenha ocorrido nenhuma alteração, e que seja possível a fácil transferência a um hospital, se preciso for. Indicado quando: não cabe a todas as gestações, apenas àquelas normais, sem nenhum fator de risco, como pressão alta ou gestação de gêmeos, e com uma equipe capacitada para o parto domiciliar.
Normal  versus natural
A principal diferença entre os dois é a intervenção. O natural começa de forma espontânea e continua sem que se ligue o soro ou rompa a bolsa para acelerar as contrações, sem corte no períneo ou empurrão na barriga para encurtar o período expulsivo, e sem analgesia, comuns no parto normal.