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Camila Soeiro e Yohann Pratz com a pequena Alice, de 2 anos: o casal se sente melhor preparado para a chegada do novo herdeiro (ela está grávida de 12 semanas).  Foto: Rodrigo Sóppa / Gazeta do Povo.
Camila Soeiro e Yohann Pratz com a pequena Alice, de 2 anos: o casal se sente melhor preparado para a chegada do novo herdeiro (ela está grávida de 12 semanas). Foto: Rodrigo Sóppa / Gazeta do Povo.| Foto:

Não é apenas o mundo do bebê que muda completamente após o parto. Uma nova mãe, antes gestante, também nasce e precisa se adaptar uma rotina inédita e a sentimentos desconhecidos. O apoio dos familiares e pessoas próximas, além de muita paciência, são elementos essenciais para lidar com esse turbilhão de sentimentos. “A maternidade é uma fase do desenvolvimento psicoafetivo da mulher e vai muito além dos fatores biológicos. O amor de mãe é ambivalente e complexo”, aponta Maria Cecília Mattos, psicóloga perinatal e clínica e autora do blog Maternidade no Divã.

Durante a gestação, a mulher recebe uma alta dose de hormônios para que o corpo se prepare para a chegada do bebê. O estrogênio e a progesterona chegam a um nível bastante elevado. O placentário só é produzido neste período e cessa logo após o parto, quando a placenta é expelida e dá lugar à prolactina, que regula a produção de leite. Todas estas mudanças são rápidas e mudam radicalmente o equilíbrio hormonal da mulher e também afetam a química cerebral, uma vez que estes hormônios agem sobre o sistema nervoso central.

Adaptação
A enfermeira Camila Soeiro, de 26 anos, está vivendo essa avalanche emocional pela segunda vez. Grávida de 12 semanas, ela conta que a ansiedade está maior nesta gestação, em que tudo está sendo muito planejado, diferentemente do que aconteceu com a gravidez de Alice, de 2 anos e oito meses, quando tudo aconteceu de surpresa e muito rápido. “Eu nem tive tempo de ficar nervosa. Foi uma correria para preparar o enxoval, mudar de casa e comprar um carro. Agora estamos muito ansiosos pela chegada do irmãozinho dela e eu fico pensando se conseguirei dar atenção aos dois”, conta.

O excesso de sentimentalismo e a insegurança foram algumas marcas que ficaram nos primeiros meses com a recém-nascida em casa, recorda Camila. “Eu tinha muito medo de sair com ela na rua, queria estar sempre protegendo e me sentia insegura. Tive ajuda da minha mãe e da minha sogra, mas principalmente do meu marido, Yohann, que preparava o jantar e organizava a casa para que eu pudesse cuidar do bebê”, lembra.

Ao longo dos meses os sentimentos foram mudando e a insegurança deu lugar a uma relação muito próxima. “Após o terceiro mês fiquei mais tranquila e nós passamos a aproveitar muito mais os momentos em que nós duas estávamos sozinhas. Adaptamos a rotina para o meu marido participar mais e tudo foi se ajeitando”, relata. Camila conta que encarou as mudanças psicológicas de uma maneira muito serena, como parte normal da gravidez e não precisou de acompanhamento específico.

Acompanhamento
Mas esse não é o caso de todas as mulheres. Problemas de sexualidade e o uso de alguns medicamentos são fatores importantes a serem levados em consideração na avaliação da gravidez. “Normalmente a mulher diz que está com dificuldades e vai demonstrando certo sofrimento. É preciso contar com médicos preparados para uma escuta atenta, que irá proporcionar mais segurança para a futura mamãe”, indica Mariane Corbetta, médica obstetra do Hospital e Maternidade Santa Brígida.

 

FASES

Logo após o nascimento do bebê, as transformações na rotina da família e nos aspectos psicológicos da mãe mudam muito rapidamente e é preciso prestar atenção às necessidades de cada fase. Veja algumas dicas para casa período:

  • Sete dias após o parto
    Esta é a fase de maior mudança hormonal no corpo da mulher. Além disso, o sentimento de insegurança é muito comum, pois os bebês são muito frágeis e um novo universo precisa ser descoberto. É importante o acompanhamento e a ajuda de pessoas da família que já tenham alguma experiência com crianças.
  • Até 45 dias
    As mudanças físicas, hormonais e psicoquímicas continuam em um ritmo frenético. Muitas vezes a mulher pode ter dificuldades na lactação e na amamentação, o que a deixa muito sensível e passa a se cobrar muito. É importante orientação para que essa fase, das mais importantes para o bebê, seja tranquila.
  • Até o terceiro mês
    São os momentos de descobertas e, após esse período, o bebê deixa de ser um completo mistério. É quando a relação fica mais tranquila e o ambiente ganha em amorosidade e cumplicidade. Normalmente mãe e bebê estão adaptados à nova relação e o sono e a rotina começam a se normalizar.
  • Até o sexto mês
    É a fase em que a mãe precisa começar a praticar o desapego. Muitas vezes, ela terá que voltar a trabalhar e é um momento difícil, pois o bebê ainda é dependente dela. É importante estabelecer uma rotina para que os dois aprendam a se adaptar à nova fase, contando com o apoio dos familiares.
  • Primeiro ano
    A independência e o desapego estão mais amadurecidos na relação entre a mãe e o bebê, mas o vínculo emocional se torna mais forte. A rotina de exercícios e cuidados pessoais volta ao normal e a maternidade entra na sua melhor fase, é hora de relaxar e aproveitar ainda mais.
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