Moda e beleza

Bruna Covacci

Axé, viagens e performances no terceiro dia de SPFW

Bruna Covacci
17/04/2015 11:40
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O quarto dia de São Paulo Fashion Week reforçou o movimento de valorização da brasilidade. Depois dos desfiles de Isabela Capeto e Ronaldo Fraga, que mergulharam na magia do oceano e homenagearam Iemanjá, foi a vez de Têca trazer axé para a passarela. No desfile que marcava os 10 anos do seu trabalho, Helô Rocha representou os orixás e a crença do candomblé. Em “Bahia meets New Look” os búzios podem prever as tendências para o verão 2016: os shapes são leves, fluidos e aparecem em looks com transparência e crash de texturas, misturando rendas leves e mais pesadas, devorês e bordados. Há grande destaque para as amarrações, franjas e pedrarias. Cheio de simbolismo, a mulher da marca é aquela que muita gente evita olhar nos olhos. É tão sensual e poderosa que encanta e amedronta ao mesmo tempo. Os colares de miçanga remetiam às guias espirituais e, como estavam cruzadas, representavam proteção.
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Lenny Niemeyer trouxe a sua própria orquestra para a sala de desfiles do parque Cândido Portinari. A estilista recriou os tradicionais bailes de carnaval para apresentar a sua moda praia. Tons lavados, terrosos, listras horizontais, florais vintage e muitas texturas invadiram a passarela com sofisticados biquínis, maiôs, saídas de praia, túnicas, kaftans e macacões com cara de roupa confortável para o verão. A partir das listras os marinheiros se transformam em malandros, se confundem com pierrôs e ganham movimentos nas estampas de Carmen. Entre os materiais estão crepes, macramês, georgette, algodão, patchwork e lycra, claro.
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A brasilidade de Iódice foi minuciosamente calculada. Com sobreposição de texturas artesanais como renda e linho, mas respeitando a silhueta rigorosa que intercalava calças de cintura alta com vestidos mídi, Valdemar Iódice acertou em olhar para o Nordeste e conferir a alma de uma roupa que não deixa de ser urbana e contemporânea. Embaladas pela música “Canto do Povo de um Lugar”, de Caetano Veloso, as modelos usaram calças com modelagens amplas, tinham a cintura marcada e comprimento mídi. A fluidez das peças também chamava a atenção. A paleta de cores é suave e puxa para os tons terrosos, do rosa antigo ao verde queimado. As prints remetem aos florais de chita numa versão esmaecida. A série de camisas florais com transparência, os vestidos de renda com forro prateado e os macacões merecem destaque.
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Com Giuliana Romanno não podia ser diferente. Conhecida por trazer formas arquitetônicas para as suas coleções, a estilista abriu o quarto dia de SPFW no último andar da galeria Tomie Othake. Mas para chegar até aqui Giuliana deu uma trégua para o ritmo urbano e os muros de concreto cinza. Na Bahia, foi pautada pelo conforto dos elementos: sol, lua, céu, mar, areia e folhas. A alfaiataria foi explorada com formas e padrões geométricos. Os tecidos fazem um jogo de aparências: o laise lembra a renda, a trama do jacquard remete ao artesanato de antigos tapetes e cestos de palha. O linho surge com cara de jeans. Na cartela de cores, branco, amarelo e azul. Nos sapatos plataforma a força das estruturas. As cinturas vêm marcadas ao lado dos ultradecotes, trazendo sensualidade e feminilidade. Assimetria, fluidez, maxicasacos, vestidos longos e minissaias fecham a proposta. Destaque mais uma vez para o comprimento de calça 3/4. No casting, a top Bruna Tenório. Entre as convidadas, Deborah Bloch e Ticiane Pinheiro.
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A Acquastudio trouxe o perfume das sakuras, cerejeiras japonesas que marcam o início da primavera, para a passarela. Na cultura oriental, a flor simboliza uma deusa. Tons candy, como o rosé, azulzinho, prata e amarelo aparecem com o preto e branco, que passeiam por todos os looks. A feminilidade é explorada nos recortes ultraprofundos, nos vestidos longos e nos bordados delicados feitos com diferentes materiais (vidrilhos, pérolas e miçangas de todas as cores). A estilista Esther Bauman trouxe ainda vestidos curtos e mídis em shape A, dando um ar doce e jovem para as peças.
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Performático, Lino Villaventura trouxe o seu verão para o Museu Afro, no parque Ibirapuera. Ao pensar em uma forma de homenagear os 20 anos da SPFW, olhou o seu acervo e encontrou coisas que nem se lembrava. A coleção lhe permitiu olhar para trás e projetar um novo futuro usando peças antigas e pinçando novos acessórios. A começar pelo look que abre o show, do verão de 1997, usado por Marina Dias naquela época e nesta quinta, com direito a olho branco de lentes de contato e caminhar performático. Para tendências de verão, transparências, assimetria, bermudas longas para meninos, vestidos que vão até o chão e fluidez. O estilista misturou texturas com excelência. Nas cores, preto, branco, azul, vermelho e laranja. Os tecidos são nobres. Seda, organza, devorê e tule. Alguns dos bordados foram feitos com cristal tcheco.
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Macacões, calças 3/4, metalizados, assimetria, mistura de estampas e materiais inusitados. O desfile da marca GIG Couture reuniu o mix de tendências apresentadas nas coleções da semana de moda com a excelência do tricô mineiro e inspiração nos anos 1960. Um mundo de cores, estampas e modelagens se mostraram ousadas e versáteis. Tons pastéis e terrosos ganham vida quando combinados ao neon. Com tramas e texturas que falam por si só, a marca apresenta peças inéditas em 3D. Entre as formas, vestidos míni com sobressaias, casacos estruturados e decotes profundos. Os comprimentos se revezam entre mídi e míni. Os shapes são justos ao corpo.
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Lustres gigantes reproduziam um cenário clássico do cinema mundial: o salão de baile do hotel do filme O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick. A referência vem da festa fantasma que o personagem de Jack Nicholson vê numa das cenas, e que teria acontecido nos anos 1920, época na qual o estilista se inspira para criar sua coleção do verão 2016 e comemorativa de seus 15 anos de carreira. Na primeira parte do desfile, os mais sexies vestidos pretos, colados no corpo, delineando a silhueta, um com detalhe de lapela de smoking, outro com franjas de canutilhos presas e recortes com anquinhas de corset. O tubinho preto em jacquard também funciona muito bem, assim como o vestido todo bordado preto e verde com transparência, mídi e perto do corpo. Depois vem muito bordado com cristais tchecos e fluidez. As cores são dourado, preto e verde.
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