Moda e beleza

Bruna Covacci

Calendário Pirelli 2016 celebra a beleza real; veja fotos!

Bruna Covacci
30/11/2015 12:18
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Em 52 anos de existência, é a primeira vez que a Pirelli, empresa italiana de pneus, lançou o seu tradicional calendário de mulheres sem fotografá-las retratando a beleza real: o que quer dizer que nem só modelos com corpos esbeltos estão ilustrando as páginas da publicação. A edição 2016 foi apresentada para a imprensa na última segunda-feira, 30 de novembro.
“Comecei a pensar sobre os papeis que as mulheres de hoje desempenham, mulheres que alcançaram algo. Queria fazer um grupo clássico de retratos. Pensei que as mulheres deveriam aparecer fortes, mas naturais, e decidi fazer isso como um exercício muito simples de estúdio”, disse a fotógrafa Annie Leibovitz em um comunicado divulgado com a publicação das primeiras imagens atrás das câmeras. “Este calendário é completamente diferente. É um ponto de partida. A ideia era não ter nenhuma pretensão nestas fotos e ser muito direta”. Ela é a quarta mulher que fotografou para o projeto e já tinha feito o primeiro shooting da Pirelli nos anos 2000.
Para cada mês, uma mulher notável, que tenha conquistas profissionais, sociais, culturais, esportivas e artísticas: a atriz Yao Chen, primeira chinesa Embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, a top model russa Natalia Vodianova, fundadora da instituição de caridade Naked Heart Russia; a produtora Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm e uma das figuras mais influentes de Hollywood; a colecionadora e compradora de arte Agnes Gund (com a neta Sadie Rain Hope-Gund), Presidente Emérita do Museu de Arte Moderna em Nova York; a tenista Serena Williams, número um do mundo; a formadora de opinião, crítica e escritora Fran Lebowitz; a presidente da Ariel Investments, Mellody Hobson, que apoia projetos de caridade em Chicago; a diretora de cinema Ava DuVernay, que fez, dentre outros, Selma, indicado para o Oscar de Melhor Filme em 2015; a blogueira Tavi Gevinson, fundadora da Style Rookie e da revista online Rookie; a artista visual iraniana Shirin Neshat; a artista, música e performer Yoko Ono; a cantora Patti Smith, uma das maiores estrelas do rock de todos os tempos; e a atriz e comediante stand up Amy Schumer.
As idades e as origens das mulheres variam muito e as carreiras também. Conforme os primeiros Calendários da década de 1960 e, mais recentemente, com o Calendário 2002 de Peter Lindbergh, ou o 2008 de Patrick Demarchelier e o 2013 de Steve McCurry, não houve nu algum.
O que isso significa?
“O posicionamento da Pirelli está diretamente ligado à conscientização das pessoas com o movimento do gênero”, explica a professora do curso de Filosofia da PUCPR Darli de Fátima Sampaio. Para ela, as discussões mais frequentes sobre misoginia e a aplicação do conceito de sororidade já estão resultando em ações positivas, como a da marca italiana. “Além da violência física que está escancarada para muita gente, as mulheres sofrem com a violência invisível, que às vezes até passa despercebida”, diz. Considerar a mulher como objeto, ou uma mercadoria para vender um calendário é um exemplo disso. O simples fato de casas noturnas não cobrarem a entrada para mulheres é desrespeitoso. “As mulheres devem ser tratadas de forma igualitária nas questões de direitos. Elas buscam condições de mostrar excelentes resultados profissionais e conseguem mesmo com dificuldade. É isso que o calendário retrata”, afirma. Para a filósofa, esta é uma contribuição importante para que as mulheres saiam da invisibilidade.
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