Moda e beleza

Bruna Covacci

Casa 102 é reduto de moda autoral e sustentável em Curitiba

Bruna Covacci
19/07/2016 15:15
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Casa 102, localizada no bairro São Francisco. Foto: Fernando Zequinão. | Gazeta do Povo

Um grafite do artista Café chama atenção de longe, assim como uma balança disposta numa árvore, na calçada, para quem quiser usar. Os portões abertos são um convite: a Casa 102 é sua, pode entrar. Desde fevereiro, o endereço na Rua Julia da Costa funciona como um espaço de trabalho compartilhado, aberto para encontros culturais, bazares, oficinas e empreendedorismo criativo, além de ser um reduto de marcas independentes de moda em Curitiba.
Foto: Fernando Zequinão.
Foto: Fernando Zequinão.
Lá dentro estão dois ateliês: o Ciganita, marca de acessórios, e o Oficina da Gasp, uma sapataria. Além disso, outras grifes são residentes da lojinha situada no local. São elas a Farrapo, Egueiras, Hype Brasil, Africanize, Velvet Underwear e as próprias Ciganita e Oficina da Gasp. E o elas têm em comum? Além de serem marcas de moda feitas aqui, são sustentáveis. Há também uma seleção de cosméticos naturais com os rótulos Mahast, Terra Pura, Cuidado Vital e Balaio Automático; além da Baobá Home cermâmica e Verdólatras Bioplantas, ambas de décor.
Lojinha das marcas habitantes. Foto: Fernando Zequinão.
Lojinha das marcas habitantes. Foto: Fernando Zequinão.
A ideia dos organizadores da casa é se unir em prol da divulgação de marcas locais. A loja atende diariamente das 13h às 19h, mas a casa ainda funciona como coworking. Há um mês, como a casa fica perto da Feira do Largo da Ordem, todo fim de semana de sol, os “habitantes” do local organizam eventos para atrair o público para o local. Tem churrasco, aulas de kung fu e tai chi gratuitas e muita festa.
Espaço destinado a coworking. Foto: Fernando Zequinão.
Espaço destinado a coworking. Foto: Fernando Zequinão.
Outra parceria surgiu lá dentro: a FAG. Ela é a junção das marcas Farrapo, de roupas upcycling, Africanize, roupas e acessórios também produzidas com materiais sustentáveis, e a Oficina da Gasp, de calçados. Há ainda a ideia das marcas dividirem algumas de suas máquinas, mas o ambiente foi pensado para atender clientes e oferecer opções que façam da cabeça aos pés dos consumidores.
Conheça os ateliês
À esquerda Oficina da Gasp. À direita, Ciganita. Fotos: Fernando Zequinão.
À esquerda Oficina da Gasp. À direita, Ciganita. Fotos: Fernando Zequinão.
Oficina da Gasp
Criado há três anos por Luan Carfran, Bruna Andrade e Renan Santos, a Oficina da Gasp é uma empresa de calçados. A ideia dos três é a de produzir peças personalizadas, feitas por encomenda, para atingir o principal objetivo da grife: reduzir o espaço do estoque e o resíduo da produção.
Luan Carfran e Bruna Andrade. Foto: Fernando Zequinão.
Luan Carfran e Bruna Andrade. Foto: Fernando Zequinão.
Como o processo de criação é todo artesanal, não existe diferença de preço para o consumidor. Os valores variam entre R$ 80 (alpargatas) a R$ 320 (coturnos).
Atelier Oficina da Gasp. Foto: Fernando Zequinão.
Atelier Oficina da Gasp. Foto: Fernando Zequinão.
De acordo com Carfran, Curitiba era um polo de calçados nos anos 1980 e até hoje muitas sapatarias vendem materiais daquela época. “A gente vai fazer o resgate deles. Com três metros de tecido é possível fazer uma coleção inteira”, diz.
Ciganita
Espaço de criação da Ciganita. Foto: Fernando Zequinão.
Espaço de criação da Ciganita. Foto: Fernando Zequinão.
Ele é a imagem e semelhança da sua designer e criadora Cecília Giovanetti. A marca surgiu há um ano como um grito de independência de uma jovem, que residia em São Paulo. Aos poucos os amigos começaram a fazer encomendas de peças. Cristais, couro, cores que remetem a terra e a peregrinação são os elementos base de seus acessórios. Cada criação é única e os preços variam entre R$ 25 e R$ 60.
Cecília Giovanetti, responsável pela criação da marca.
Cecília Giovanetti, responsável pela criação da marca.