Moda e beleza

Bruna Covacci

Conheça a trajetória da top curitibana Larissa Marchiori

Bruna Covacci
01/10/2016 14:00
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Fotos: Daniel Ernst/Divulgação | ERNST

Larissa Marchiori, 18 anos, é uma modelo curitibana que há dois anos viu sua vida mudar quando estreou em um desfile da Prada, em Milão. Atualmente, mora em Paris e leva um estilo de vida completamente diferente do adotado pelas amigas do colégio Fênix, no Boa Vista, onde passou parte da infância e foi descoberta pelo scouter Marcello Nixon.
Cresceu sem nunca pensar em modelar e estudava para fazer vestibular de psicologia. Tinha 13 anos quando foi chamada para fazer um book. “Sofria muito. Era muito alta e magra, a esquisitona e desengonçada”, comenta. Sem acreditar na sua beleza, não era feliz com a sua aparência. Usava o cabelo comprido e dividido ao meio, para ela, uma forma de se esconder. A agência pediu a ela um corte novo. “Foi aí que eu percebi que também tinha minhas qualidades e que podia me orgulhar por ser magra e alta”.
Ela trabalhou um bom tempo de graça. Depois, quando saiu do Brasil levou um ano e meio para conseguir se manter.
Ela trabalhou um bom tempo de graça. Depois, quando saiu do Brasil levou um ano e meio para conseguir se manter.
Os trabalhos começaram a aparecer. “O editorial que mais marcou meu começo de carreira foi um do Viver Bem, fotografado no Bar do Alemão. Estávamos em vários modelos e quando vi o resultado tinha sido escolhida como capa!”, lembra. No dia em que completou 16 anos fechou seu primeiro grande contrato e ia para fora do Brasil. Era tão nova que ainda não tinha idade para fazer SPFW. “Eu dormi no avião, acordei em Milão e pensei: é tudo verdade. Eu estou aqui”, fala. Assim ela começou como semi-exclusiva da Prada e logo de cara trabalhou diretamente com Miuccia. “Provei minha roupa pronta duas horas antes do desfile. A peça precisou de ajuste e só ficou pronta quinze minutos antes da minha entrada”, recorda.
Outros jobs marcaram a carreira de Larissa, que já desfilou para Valentino, Alexander McQueen, Alexander Wang, Dior, Emilio Pucci, Emporio Armani, John Galliano, Maison Martin Margiela, Missoni, Miu Miu, Oscar de la Renta, Yves Saint Laurent, entre outras marcas. “Eu adoro fazer Dolce & Gabanna, principalmente porque eles sempre escolhem locações diferentes. Já conheci muitas coisas legais na Itália por causa dos desfiles”, fala.
Falta do chamego
O trabalho tem também muitos desafios. Para lidar com a saudade as chamadas de vídeo são essenciais. Pelo menos duas vezes por ano ela sabe que vem para o Brasil, por causa da SPFW. Aproveita e dá uma esticadinha para Curitiba. Nas férias, sempre em agosto, em vez de viajar e conhecer outras localidades da Europa prefere vir em sua cidade natal. “Eu passo a maior parte do tempo sozinha, se eu fico doente não tem ninguém para me levar um chá e eu sinto muita falta do chamego e do colo da minha mãe. Estar com a minha família e meus amigos é tudo o que eu mais desejo”, fala.
Já morou em apartamento de modelo, mas por diferenças culturais optou por viver sozinha. “Alugo um estúdio ou um quarto. Assim posso escutar música alta, fazer yoga e passar o tempo que eu quiser conversando com a minha mãe”, comenta. Rotina não faz parte do seu dia a dia. “Levanto cedo, procuro tutoriais no youtube e faço exercícios em casa. Mas o meu dia sempre depende da agenda de casting. São raros os dias em que fico free”, diz. Algumas vezes o frio na barriga é inevitável. “Fico muito nervosa quando encontro o Giorgio Armani. Ele tem um cheiro muito particular. Sempre penso que estou sentindo o cheiro de alguém muito incrível que faz moda há quarenta anos. Fico eufórica!”, comenta.
Larissa conta que já teve que “emendar” dois grandes desfiles.
Larissa conta que já teve que “emendar” dois grandes desfiles.
Para ela, o segredo do sucesso vai além da beleza. “É preciso ter personalidade. Gente bonita tem em todos os lugares”, destaca. Em um dia de casting, chegou a andar 14 quilômetros. Dorme-se muito pouco em período de desfile. “Acordo às 6 horas e volto para a casa às 2 horas. No dia seguinte levanto às 6 horas novamente”, fala. A rotina dura um mês e ainda conta com o problema do fuso horário. “Quando chegamos em Paris, que é a semana mais importante, já estamos acabadas”, diz.
Larissa recordou uma passagem em que chegou a Londres, depois de desfilar em Nova Iorque, deixou a mala no hotel, tomou uma ducha e depois foi direto para outro desfile. “Às vezes dá vontade de ficar cinco minutinhos sentada. E só. Você corre, faz unha, cabelo, ensaia, precisa se maquiar… E quando isso acaba ainda tem que ir pra outro desfile”, conta.
Para se ganhar dinheiro como modelo demora. “Trabalhei um bom tempo de graça. Depois, quando saí do Brasil levei um ano e meio para conseguir me manter”. Administrar a verba é outro desafio, já que ela recebe um montante quando as semanas de moda acabam e depois passa um tempo em férias forçadas. Entre seus sonhos, ela gostaria de desfilar para a Fendi e trabalhar novamente pra Chanel. Se pudesse escolher um estilista para se tornar a ‘modelo queridinha’ seria Karl Lagerfeld. “É ele quem manda, né? Se ele fala que quer uma modelo nada mais interessa. Tudo muda”, comenta.
Serviço
Modelo: Larissa Marchiori: www.marcellonixonmgmt.com e mn@marcellonixonmgmt.com. Fotos: Daniel Ernst, ernstphotography.com.br. Tratamento de imagem: David Ernst. Vídeo: Eliandro Oliveira. Produção: Rafael Chaouiche. Lojas: Chaouiche (roupas/coleção alto-verão), vendida em Curitiba na SOHO VK e GuerraGalas (acessórios), www.guerragalas.com.br. Beleza: Julio Rosario (cabelo) e Luiz Eduardo (make), W Crystal, fone (41) 3018-0100.
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