Moda e beleza

Bruna Covacci

Marca faz desfile anti-massificação da moda

Bruna Covacci
28/05/2015 12:42
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Confirmar que sonhos são possíveis, que a única crise que jamais devemos passar é a de identidade, que a moda é um espelho do que você pode ser, e que ela ainda vale a pena. Estas foram as maiores percepções da desfile apresentado pela Heroína – Alexandre Linhares (à esq. na foto acima), na tarde desta terça-feira (26), no Teatro Guaíra, em Curitiba.
Pelo menos 400 pessoas acompanharam as criações do estilista paranaense, que tem a marca de levantar questionamentos sociais por meio da moda que faz.
A apresentação começou com Luiz Felipe Leprevost cantando Gilda, de Thadeu Wojciechowski. A música fala sobre uma personagem que viveu em Curitiba e circulou pela Rua XV de Novembro entre 1970 e 1983. Não era homem, não era mulher. Era transgressora. Usava vestido e barba. Ela foi a inspiração do estilista.
Ieda Godoy como Gilda.
Ieda Godoy como Gilda.
Na passarela, respeito à singularidade: mulheres magrinhas, gordinhas, barbadas, homens cabeludos, modelos com necessidades especiais. Pessoas. Curitibanos. Humanos. A discussão foge da massificação tão comum ao mercado da moda, dialoga com opostos e lembra que uma harmonia é possível.
Trata-se ainda de uma crítica à sociedade curitibana, por isso o nome da coleção: “muitas cáries numa Boca Maldita”, referente a um dos principais pontos de encontro da cidade. Nas roupas, sobressaíram as brincadeiras com texturas, materiais inusitados e transparências.
Sonho realizado
Talvez o mais impressionante sobre o desfile é que a apresentação foi feita por meio de financiamento coletivo. O projeto foi inscrito no site Catarse, que viabilizou uma “vaquinha”.
Para receber o dinheiro e viabilizar o projeto, a marca precisava atingir a cota de R$ 25 mil. E conseguiu. Além do site, para arrecadar fundos, Linhares também promoveu um jantar vegetariano no Dizzy Café Concerto e festas.