“O perfume é o primeiro ato do vestir”, diz Jean Paul Gaultier

O estilista Jean Paul Gaultier esteve no Rio de Janeiro recentemente para o relançamento de duas fragrâncias clássicas: Classique (feminino) e Le Male (masculino), que agora fazem parte do portfólio da multinacional Puig. O perfume, para ele, é parte do ato de vestir e pode determinar o espírito do look. “Há um vasto savoir-faire nos dois campos, uma busca continua por novos formatos e novos aromas. E é nesse savoir-faire que tanto a alta costura quanto a perfumaria encontram seu complemento”, diz.

Em 2014, o autor do icônico sutiã em forma de cone de Madonna, decidiu encerrar sua linha de roupas prêt-à-porter para se dedicar exclusivamente à alta-costura, com modelos feitos à mão e sob medida para suas clientes. No entanto, ele enxerga a sua marca, hoje com 40 anos de existência, num momento brilhante, dividido entre novos projetos e a retomada das próprias raízes com o relançamento das fragrâncias clássicas dos anos 1990. “As duas estão muito próximas do meu coração por duas razões: Classique foi a minha primeira fragrância e é inspirada por uma referência muito pessoal, o corset. Para Le Male eu tive a mesma abordagem e pensei no marinheiro, nas listras usadas pelos marinheiros que sempre usei em meus shows”, explica.

Para ele, perfumaria é como a caverna de Aladdin, já que carrega tantos elementos e descobertas. “Eu tenho feito experimentos em perfumaria com novas fragrâncias há mais de 20 anos, desafiando limites nesse campo fascinante. As possibilidades são infinitas nesse universo”, diz. Na sua opinião, as qualidades necessárias para apreciar um perfume são o senso de surpresa, memória olfativa e a imagem que aparece em sua cabeça quando você sente o cheiro do perfume.