Saúde e Bem-Estar

Redação

Depressão pós-parto pode persistir anos após nascimento do bebê; veja sintomas

Redação
19/09/2017 08:00
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Cantora Alanis Morrisete revelou que, mesmo após 16 meses do nascimento da filha, sintomas persistiam. Foi a segunda vez que aconteceu com ela. Foto: divulgação.

A cantora canadense Alanis Morissette, de 43 anos, sempre sonhou em ser mãe, mas os nascimentos de seus dois filhos vieram acompanhados de um situação delicara: a depressão pós-parto. Alanis revelou, em entrevista recente à revista People, que sentiu os sintomas da doença voltarem à tona segundos após o parto de sua caçula e hoje, um ano e dois meses depois, a artista ainda sofre com o problema.
A pequena Onyx Solace nasceu em junho de 2016, em casa. “Eu estava muito feliz, mas senti que aconteceria de novo (a depressão)”, afirmou. A artista já vinha enfrentando alguns sintomas da depressão pós-parto desde o nascimento do primogênito, Ever Imre, hoje com seis anos. Dores físicas, letargia e insônia se tornaram frequentes em sua rotina como mãe.
Mesmo com toda a dificuldade, a cantora tenta se manter bem para que a doença não prejudique seu relacionamento com as crianças. “Minha prioridade é ter certeza de que meus dois filhos recebam amor e todo o carinho”, disse.

Depressão pós-parto

Falar de depressão pós-parto é tratar de um assunto que ainda é estigmatizado, mas afeta entre 10% a 15% das mulheres até o primeiro ano após o nascimento do bebê. Estima-se que metade das mulheres que sofrem com a depressão pós-parto permanecem em silêncio, sem diagnóstico ou tratamento, de acordo com informações de um estudo publicado em 2009 no The Journal of Perinatal Education.
Entre os motivos está a vergonha de se sentir incapaz ou frustrada naquele momento ou o medo de ficar separada do bebê devido a qualquer comportamento. Em ocasiões extremas, a mulher pode cogitar o suicídio. Algumas acreditam que é um cansaço normal e acabam ignorando os sintomas mais drásticos que chegam com o tempo.
“É difícil para uma mãe admitir que tem algo errado, que está deprimida, em um momento em que todos esperam que se tenha só felicidade”, diz Giana Frizzo, psicóloga, professora da UFRGS e coordenadora de um centro de atendimento a famílias com bebês na instituição.

Tratamento pode exigir uso de medicação

“Se não houver tratamento, (a depressão pós-parto) pode prejudicar a relação entre mãe e filho. Uma criança que não tem um cuidador saudável está sob risco. Uma mãe com depressão pós-parto pode ficar mais irritada facilmente com ela mesma e até achar que o filho chora de propósito para tirá-la do sério.Algumas preocupam-se que aquele amor todo de mãe ainda não veio”, explica a psicóloga.
Por isso, a indicação é buscar atendimento psicológico logo nos primeiros sinais de tristeza, irritabilidade e falta de atenção, para que se comece um tratamento ou terapia de recuperação. A ajuda dos familiares também é fundamental durante esse período: a presença das pessoas mais próximas para a divisão de tarefas e apoio são bem vistos pelos profissionais de saúde. Em certos casos, medicamentos e antidepressivos são indicados após o diagnóstico.
“Nem todos os casos precisam de medicação. Mas os remédios indicados são os mesmos para qualquer caso de depressão. Hoje, há remédios seguros para serem usados durante a amamentação ou a gravidez”, afirma o psiquiatra Marco Antonio Caldieraro.
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