Saúde e Bem-Estar

Marina Mori, especial para a Gazeta do Povo

Nada é para sempre. Confira as técnicas de remoção de tatuagens mais modernas

Marina Mori, especial para a Gazeta do Povo
26/06/2017 17:30
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Foto: Bigstock

Foi-se a época em que fazer tatuagem era algo sem volta. Uma vez marcado na pele, o desenho ficaria ali “para sempre”. Porém, desde que as primeiras técnicas de remoção a laser surgiram, há mais de uma década, tudo mudou. Hoje, os modelos estão cada vez mais avançados e prometem remover todos os traços de tinta com eficiência e sem cicatrizes.
Segundo Guilherme Shwetz, dermatologista da Clínica de Medicina Preventiva do Paraná (CMP), não há como estabelecer com exatidão um número de sessões para que a tatuagem seja completamente removida. “Cada tatuagem tem características únicas – algumas são superficiais, outras têm várias camadas – e a resposta do tratamento varia de acordo com cada organismo”. Por mês, cerca de 50 pessoas são atendidas na CMP com o mesmo objetivo: apagar, definitivamente, os desenhos marcados na pele.
A técnica de informática Emanoeli Aparecida Schimidt, 33, foi uma delas. Quando adolescente, tatuou nas costas o desenho de um anjo e há cinco anos decidiu cobrir a imagem com outra arte. Não deu certo. “Assim que a tatuagem da rosa cicatrizou, o anjo continuava à mostra. Depois disso, decidi apagar tudo”, conta. Ela passou por oito sessões com 45 dias de intervalo entre cada uma. “O tratamento não é doloroso. É a opção mais correta para quem quer tirar a tatuagem, já que muita gente – como eu – tenta cobrir e não dá certo”, conta.
Tatuagem de Emanoeli antes do tratamento a laser / Foto: Arquivo pessoal
Tatuagem de Emanoeli antes do tratamento a laser / Foto: Arquivo pessoal
Resultado após 5 sessões do tratamento a laser / Foto: Arquivo pessoal
Resultado após 5 sessões do tratamento a laser / Foto: Arquivo pessoal
Q-Switch
Os lasers Q-Switch são os mais utilizados atualmente. Funcionam a partir da nanotecnologia para produzir pulsos rápidos capazes de fragmentar os pigmentos da pele. Divididos em três categorias – laser de rubi, Nd:YAG e Alexandrita – a diferença é a cor da luz que emitem. O profissional pode escolher qual o tipo mais indicado para a remoção de acordo com a coloração da tatuagem do paciente.
O valor de cada sessão varia conforme o tamanho, a profundidade da tatuagem e a localização no corpo. Em média, pode custar de R$ 300 a R$ 600.
São necessárias de quatro a 15 aplicações para “limpar” a pele.
Enlighten
O aparelho combina a nano e a picotecnologia, o que produz pulsos de energia muito mais rápidos do que os lasers Q-Switch; Por conta disso, os pigmentos são fragmentados em partículas minúsculas, o que tornaria o processo mais rápido e facilitaria a recuperação completa da pele. No Brasil, uma das poucas clínicas que oferecem o serviço é a Clínica Médica Mais, em São Paulo.
Cada sessão custa cerca de R$ 1.190 e são necessárias cerca de quatro a seis aplicações.
O aparelho, que pode ser utilizado em peles negras, também é indicado para rejuvenescimento, controle de melasma, rugas, cicatrizes e olheiras.
Comparação do efeito da remoção com dois tratamentos a laser: na foto do meio, a pele após 10 sessões com o laser Q-Switch (utilizado atualmente); na foto à direita, resultado após uma aplicação do Enlighten, novidade no mercado. Foto: Cutera / Divulgação
Comparação do efeito da remoção com dois tratamentos a laser: na foto do meio, a pele após 10 sessões com o laser Q-Switch (utilizado atualmente); na foto à direita, resultado após uma aplicação do Enlighten, novidade no mercado. Foto: Cutera / Divulgação
Outros métodos
Hoje, segundo o dermatologista, o tratamento com laser é o mais adequado para a remoção de tatuagens. Quando o procedimento deixou muitas cicatrizes na pele, é preciso realizar uma cirurgia, onde remove-se a pele marcada.
No ano passado, o grupo farmacêutico Cipher comprou as patentes globais de venda e produção de um produto que prometia ser revolucionário: um creme removedor de tatuagens. A invenção é do canadense Alec Falkenham, doutorando do Departamento de Patologia da Universidade de Dalhousie, em Halifax, no Canadá. Em tese, o creme penetraria na pele, destruindo as células responsáveis por tornar permanente o pigmento da tatuagem. Por enquanto, o produto está na primeira de sete etapas até ser liberado para as vendas.
Preparação para o procedimento
Se, por um lado, não é preciso muitos cuidados antes de fazer uma tatuagem, na hora de remover a tinta é importante seguir alguns protocolos. Recomenda-se evitar o sol, depilação, esfoliação e certos medicamentos anti-inflamatórios e os que podem aumentar o sangramento. Além disso, é importante parar de fumar pelo menos três semanas antes do procedimento para melhorar a cicatrização. Hidratação da pele também é essencial antes e depois das sessões.
Recuperação
A cicatrização pode levar de duas a oito semanas após cada sessão. Nesse período, a tatuagem vai clareando gradualmente. É comum que a área tratada fique inchada e apresente uma coloração esbranquiçada com pontos de sangramento logo depois do procedimento, mas os sintomas devem desaparecer em 24 horas.
Em Curitiba, algumas clínicas oferecem o serviço. Na hora de marcar uma sessão, é importante se certificar de que o profissional responsável pela remoção é um médico dermatologista ou cirurgião plástico.
Serviço
Clínica de Medicina Preventiva do Paraná (CMP)
Avenida Vicente Machado, 1901, Batel. Telefone: (41) 3022-4242
Intralaser – Instituto de Tratamento a laser
Rua Desembargador Vieira Cavalcanti, 630, Mercês. Telefone: (41) 3336-7775
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