Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Com mais potássio que na banana, batata comum traz benefícios à saúde que poucos conhecem

Amanda Milléo
08/11/2018 08:46
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Benefícios da batata (mesmo a inglesa) para a saúde nem sempre são lembrados (Foto: Bigstock)

Considerada por muitos a “vilã” das dietas, a batata ganha, finalmente, redenção dos nutricionistas. Isso porque o tubérculo — especialmente a batata inglesa — tem benefícios importantes ao organismo. Fonte de nutrientes essenciais, como cálcio e fósforo, é também um alimento com propriedades antioxidantes, que colaboram com o retardo do envelhecimento, além de prevenir doenças degenerativas.

Mais potássio que a banana

A batata tem, por exemplo, mais potássio que a própria banana.  Enquanto na variedade pacova (encontrada facilmente nos mercados e feiras), 100 g da fruta contém 267 mg de potássio, a mesma quantidade de batata inglesa tem 302 mg do mesmo mineral. Os dados estão disponíveis na Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos (TACO), desenvolvido pela Unicamp, de Campinas (SP).
O potássio tem função importante na manutenção de células e tecidos, com especial atenção à função cardíaca, além de favorecer a contração do músculo esquelético e evitar a fraqueza muscular em uma atividade física, por exemplo.

Fortalecimento dos ossos

Embora não seja a principal fonte de cálcio ou fósforo, a batata não pode ser excluída do rol de alimentos que oferecem esses nutrientes em nível moderado na dieta. Com isso, ambos os elementos ajudam no fortalecimento das estruturas ósseas, além de favorecer a formação de proteínas e proteger a função de rins, cérebro e coração.

As batatas têm também, em quantidades médias, vitamina C, potássio, sódio e magnésio — cuja função, dentre tantas, está relacionada à manutenção do funcionamento do sistema nervoso. Em menor quantidade, vitamina B1, B6, manganês, zinco, ferro e cobre.

“Todos esses nutrientes são sem dúvidas considerados excelentes para a boa saúde! A batata é considerada um alimento que agrada a todos os paladares, especialmente em algumas preparações, tornando difícil às vezes informar as quantidades de seu consumo. Esse é um ponto negativo para quem quer controlar as quantidades de carboidratos e, por consequência, das calorias da dieta”, explica Telma Souza Silva Gebara, nutricionista e professora dos cursos de Nutrição da Universidade Positivo e da Universidade Tuiuti do Paraná. 

Sem envelhecimento precoce

Ao lado da couve-flor, tomate, espinafre e repolho, a batata também está entre os alimentos considerados importantes para quem busca retardar o envelhecimento das células, e prevenir doenças degenerativas.
Rica em antioxidantes, conforme estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco, as diferentes variedades de batatas contribuem para uma quantidade também variável dos compostos fenólicos, que ficam entre 11 a 15.
Mas, engana-se quem acha que apenas as batatas doce ou outras variedades sejam antioxidantes: a pesquisa fez uso da batata inglesa, e os resultados reforçam que “as hortaliças testadas podem ser vistas como fontes dietéticas de antioxidantes que podem trazer benefícios à saúde, portanto o seu consumo deve ser estimulado”.
Alimento antioxidante, a batata contém também cálcio, fósforo, vitaminas e minerais importantes para a saúde (Foto: Pedro Serapio / Gazeta do Povo / Arquivo)
Alimento antioxidante, a batata contém também cálcio, fósforo, vitaminas e minerais importantes para a saúde (Foto: Pedro Serapio / Gazeta do Povo / Arquivo)

Por que a batata é condierada vilã?

A característica que faz a batata ser considerada uma “vilã” para uma mudança alimentar está no seu alto índice glicêmico. Ou seja, quando consumida, a batata promove um aumento abrupto nas taxas de açúcar no sangue (glicemia), que além de ser uma questão preocupante entre os diabéticos, faz com que a pessoa sinta fome mais rapidamente.
Esse é um dos principais motivos pelos quais a batata é excluída das dietas chamadas lowcarb, conforme explica a nutricionista e professora Telma Gebara.

“A restrição alimentar não é considerada uma boa alternativa para aqueles que buscam o equilíbrio e a educação alimentar. Aprender a comer de tudo é o segredo, e a batata pode perfeitamente ser o carboidrato de escolha, desde que respeitadas as proporções de consumo”, explica.

Como exemplo, Gebara sugere que, se optar pelo arroz em uma refeição, deixe de lado a batata, o macarrão, a mandioca ou a polenta e o pão, visto que todos são representantes dos carboidratos. E lembre-se de incluir fontes de proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras.
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