Saúde e Bem-Estar

Talita Boros Voitch

Andar nas pontas dos pés não deve ser motivo para preocupação

Talita Boros Voitch
27/10/2019 08:00
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Andar nas pontas dos pés não é um problema na maioria das vezes. Foto: Bigstock.

Quando o bebê começa a andar, por volta do primeiro ano de vida, é normal ele apresentar alterações de marcha (como o caminhar é chamado pelos médicos).
Isto porque crianças pequenas precisam passar por um período de amadurecimento da caminhada, que inclui adaptação da musculatura da perna e dos pés, que ainda não têm tanta firmeza.

Por isso, não se desespere se o seu filho ainda é pequeno e caminha nas pontas dos pés.

O ortopedista Alexandre Antonio de Camargo explica que este período de adaptação dura até 1 ano após a data que o bebê começou a andar.
“Outra coisa que tem que levar em consideração é se a criança anda na ponta do pé o tempo todo ou só às vezes. É normal algumas crianças andarem na ponta do pé quando estão descalças ou mais agitadas”, diz.
O especialista afirma que este tipo de comportamento é comum até 3 ou 4 anos de idade e não deve ser motivo de preocupação.

Os pais devem mesmo é ficar atentos a outros sintomas que vão além da marcha na ponta dos pés.
Por exemplo, se a criança anda na ponta dos pés, mas não apresenta nenhuma outra dificuldade, provavelmente a questão é simples e exige apenas uma mudança de comportamento.

Agora, se a criança não consegue acompanhar outras crianças da mesma idade em brincadeiras ou apresenta outras dificuldades complementares à pisada errada, é motivo de alerta.

Nestes casos uma avaliação com um especialista (ortopedista) é essencial para identificar problemas mais graves.
Quando a marcha na ponta do pé acontece em apenas um lado do corpo, o problema pode estar relacionado a uma perna mais curta ou até ao comprometimento neuromuscular relacionado a um tipo de paralisia cerebral.
Não precisa de bota ortopédica
Outros tipos de pisada errada, como a caminhada com as pontas dos pés viradas para dentro, também normalmente são problemas pontuais que se corrigem sozinhos, com o desenvolvimento natural da criança.
Neste caso, é comum a questão estar relacionada com torções benignas resolvidas simplesmente com bons hábitos de postura, como sentar corretamente.

“Normalmente não precisa fazer nenhuma correção, nem o uso de botas ou aparelhos. Poucas situações hoje em dia recomendamos este tipo de calçados adaptados. A maioria é resolvida com melhores hábitos de postura ou esporte”, afirma Camargo.

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