Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Diabetes pode levar à cegueira; exame para diagnóstico é gratuito em Curitiba

Amanda Milléo
10/11/2017 08:00
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Cuidados com a visão na diabetes vão desde controlar a glicemia a idas frequentes ao oftalmologista (Foto: Bigstock)

Nem sempre quem recebe o diagnóstico de diabetes sabe que, além de ir ao médico endocrinologista com frequência, deverá visitar, no mesmo período, o médico oftalmologista. Isso porque a doença, quando descompensada, ou sem o controle da glicemia, pode acarretar no desenvolvimento de outra condição, a chamada retinopatia diabética, cuja consequência mais grave é a cegueira.
Buscando os diabéticos com início da doença, Curitiba terá neste sábado (11), na unidade de saúde Ouvidor Pardinho, um mutirão de exames de fundo de olho, que auxiliam no diagnóstico da condição. Os exames serão gratuitos e voltados, principalmente, a quem já tem diabetes, seja do tipo 1, que acomete mais os jovens, ou do tipo 2, que atinge mais adultos e idosos, relacionada à obesidade e sedentarismo.
Muitos dos pacientes que passarão pelos exames já foram cadastrados pela Secretaria Municipal de Saúde, mas isso não é impeditivo para quem visitar a unidade receber o mesmo atendimento. A ação é uma parceria entre a Oftalmoclínica Curitiba e Retina Curitiba e a Secretaria Municipal de Saúde, e reunirá 40 médicos oftalmologistas, além de enfermeiros, equipe de recepção e apoio. A ação buscará atender, entre as 7h e 17h, cerca de 4,5 mil pessoas.
Serão feitos os exames de fundo de olho, a Retinografia Digital e a Fotocoagulação a Laser em pessoas que recebam a indicação. “O laser é um dos tratamentos para a doença, e que faremos no sábado, durante a ação, às pessoas indicadas. Quem precisar de outros tratamentos também receberá, no dia, o encaminhamento necessário”, reforça o médico oftalmologista e também organizador da ação, João Guilherme Moraes.
Perda da visão 
Infelizmente, a sequela máxima, a da cegueira, não é tão incomum assim, explica João, que também é especialista em retina e vítreo e professor da pós-graduação e residência da PUCPR. “Isso é muito comum e esse é o grande problema. Os pacientes que chegam aos hospitais, geralmente, estão com a doença em um estágio avançado, quando a visão está ruim. O ideal é identificar a condição antes que ela afete a acuidade visual, por isso a importância de visitar o médico oftalmologista com regularidade”, esclarece.
Retinopatia diabética: sinais e tratamentos
Os sinais mais indicativos da retinopatia, de acordo com João Guilherme Moraes, médico oftalmologista, são observados na visão. “É importante ficar atento quando houver manchas pretas na visão, diminuição do campo de visão ou mesmo visão embaçada, essa redução na acuidade visual”, reforça.
O tratamento acompanha a evolução da retinopatia e, em alguns casos, o bom controle da glicemia é suficiente para manter a doença visual controlada também. Há ainda a opção, em casos mais graves, de aplicação do laser na retina, injeções intraoculares e, nos casos gravíssimos, cirurgias de retina, ou vitrectomia, no qual se substitui o vítreo por um gás ou líquido.
Esses procedimentos são necessários porque a doença inicial, diabetes, afeta a microcirculação do organismo. Por isso é comum encontrarmos pacientes diabéticos com problemas visuais, mas também nos rins – onde essa microcirculação também é prejudicada.
“Pacientes que estão há mais de 20 anos convivendo com diabetes, entre 80% a 90% deles já têm a retinopatia diabética. Quando não tratado, pode levar à cegueira”, explica Moraes.
Serviço:
Retina do Bem
Mutirão de exames de fundo de olho para diagnóstico da retinopatia diabética em diabéticos de Curitiba e região
Quando: neste sábado, dia 8
Horário: das 7 horas às 17 horas
Local: unidade de saúde da praça Ouvidor Pardinho
Endereço: Rua 24 de maio S/N – Rebouças
Mais informações, aqui.
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