Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Pesquisa indica quais serão os gatilhos da dor de cabeça no futuro

Amanda Milléo
19/04/2018 07:00
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Doença causa dores extremas e tem sintomas bem diferentes da enxaqueca - às vezes, pode ser confundida com sinusite. Foto: Bigstock.

Os principais gatilhos para a dor de cabeça vão mudar (ou aumentar) em um futuro próximo. A ansiedade e o estresse, que levam a um esgotamento cerebral; o confronto com os fatos na era da pós-verdade e a autoexigência andam ao lado do barulho, potencializado pelo mundo digital, como os fatores mais recorrentes no desencadeamento das dores, especialmente as enxaquecas.
Esses fatores foram destacados em uma pesquisa encomendada pela Neosaldina, marca de medicamentos contra dores, e conduzida pela WGSN Mindset, empresa de verificação de tendências. O estudo, realizado em março de 2018, se baseou no comportamento da população e mostrou o impacto das tecnologias na saúde.
Para combater esses gatilhos, serão incentivados, cada vez mais, interações sociais que promovam a calma, o controle da ansiedade e o relaxamento, como a ioga.
“As terapias de relaxamento e de consciência corporal auxiliam no controle do estresse, como a própria ioga e o mindfulness. Essas técnicas ajudam a pessoa a prestar atenção em si mesma, em se concentrar e, com isso, criar uma barreira para os problemas externos”, sugere  Paulo Faro, médico neurologista e chefe do setor de Cefaleia e Dor Orofacial do hospital Instituto de Neurologia de Curitiba (INC). 
O exercício físico também aparece como ferramenta importante no combate às dores, especialmente o aeróbico, como as caminhadas, corridas ou bicicleta. “O exercício libera substâncias neurotransmissoras no cérebro, gerando uma sensação de bem-estar e aliviando a dor”, explica.

Ser saudável também gera dor de cabeça

Buscar uma alimentação e vida cada vez mais saudáveis são recomendações que todos os especialistas em saúde reforçam aos pacientes – mas é importante lembrar que há limites. Quando ser saudável se transforma em uma autoexigência ou uma busca incansável pela perfeição, pode se transformar em um gatilho para a dor de cabeça.
“A autoexigência tem relação direta com a alimentação e no fluxo de ‘preciso ser bom em tudo’. Em dietas restritivas, ou com mau funcionamento do intestino, e na presença de problemas digestivos, o corpo pode reagir e desencadear uma dor de cabeça. O ideal é sempre comer o que gostamos, mas com equilíbrio”, explica Célia Roesler, diretora da Sociedade Brasileira de Cefaleia e vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia.
Alguns alimentos específicos, inclusive, podem ser os gatilhos das dores. “A ideia é que a pessoa perceba quais são os seus gatilhos que provocam as crises. Vale para barulho e, para algumas pessoas, o consumo de chocolate, seja qual for a quantidade, desencadeia. É sempre melhor evitar, quando percebe os gatilhos”, reforça Paulo Faro, médico neurologista.

Barulhos: fones de ouvido são essenciais

Nem sempre é fácil achar na rotina momentos em que você possa ficar em silêncio absoluto, mas a prática é mais do que recomendada pelos especialistas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 3% dos ataques cardíacos e derrames cardíacos fatais, identificados na Europa, foram causados pelos ruídos de trânsito.
“O barulho em excesso ocasiona distúrbios de sono, estresse e problemas psicológicos, algumas das principais condições para o surgimento da dor. As pessoas precisam garantir maneiras de ter momentos de silêncio, seja no trabalho, na rua ou em casa. É preciso investir em soluções como retiros silenciosos, e fones de ouvido que bloqueiam os ruídos, que podem ser usados no trabalho, por exemplo”, sugere a médica Célia Roesler.
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