Saúde e Bem-Estar

Asma em crianças: como reduzir as crises?

Carolina Kirchner Furquim, especial
01/06/2016 11:00
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Foto: Bigstock

A asma é uma doença pulmonar frequente, sendo cada vez maior o número de crianças que sofre com ela no país. Com episódios recorrentes de tosse, cansaço e chiado, as crises podem ser provocadas principalmente por infecções virais, reações alérgicas e oscilações de temperatura.
Segundo Simone Aguiar, pneumologista do Centro de Especialidades Pediátricas do Hospital Samaritano (SP), não se pode esperar pela crise para tratar o paciente. “A prevenção é sempre a melhor alternativa. A vacinação anti-influenza, evitar locais com aglomeração, ter uma boa alimentação e hidratação, além de medicações profiláticas, quando indicadas pelo especialista, auxiliam na diminuição de crises”, explica.
Segundo o pediatra Nilton Kiesel Filho, do Hospital Pequeno Príncipe, uma vez que a criança já seja asmática, certas condutas (em especial dentro de casa) são obrigatórias. “Evitar o contato da criança com produtos de higiene e limpeza com odores fortes, ventilar bem os ambientes, não deixar acumular em tapetes, cobertas e bichos de pelúcia e tirar a criança de casa em dias de limpeza e faxina são atitudes que controlam o desencadeamento de crises”, detalha.
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Ele ainda alerta quanto ao perigo de restos alimentares em móveis como sofás, mesas e camas. “Os ácaros são atraídos por migalhas de comida e eles também são responsáveis pelo surgimento de crises de asma”, explica o médico. Ainda segundo Kiesel, a criança asmática não pode ter contato com pessoas fumantes. “Se houver um fumante na casa, ele não pode acender um cigarro nem que seja em varandas ou janelas. Para se ter uma ideia, o ideal é que o fumante esteja a 50 metros da casa, permaneça fora dela durante duas horas sem fumar e, ao voltar, tome um banho e troque de roupa. Isso não evitará que a criança “fume”, mas sim que ela “fume” menos”, argumenta.
O início cada vez mais cedo (nas creches e escolas, por exemplo), bem como o aumento da poluição, são fatores responsáveis pelo aumento no índice de asma em crianças. Indivíduos com asma persistente, em geral, acompanham a tendência de pais asmáticos apresentando eczema (dermatites), maior grau de hiper-reatividade brônquica e tendência à redução da função pulmonar.
“O aleitamento materno durante os primeiros meses de vida dos bebês é a principal arma na prevenção do surgimento da asma alérgica. E se a criança já foi diagnosticada, o tratamento deve valorizar o uso de medicação em aerosol (sprays), ao invés de formulações líquidas, como xaropes”, finaliza Kiesel.
Entendendo a asma
Em resumo, a asma se caracteriza pela inflamação crônica das vias aéreas, que ficam mais estreitas e causam dificuldade respiratória. Esse estreitamento pode ser revertido de forma espontânea ou com o uso de medicamentos.