Saúde e Bem-Estar

Vitaminas em excesso nas crianças podem gerar hipervitaminose

Amanda Milléo
02/12/2015 08:00
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Confira quais vitaminas são importantes e quais podem ser exagero (Foto: Bigstock)

A criança faz birra e não come direito nas refeições, e os pais procuram uma solução mágica nos polivitamínicos. Achar que a suplementação de vitaminas vai dar conta do aporte nutricional e calórico que o filho precisa parece estar no imaginário coletivo, mas está bem longe da realidade. Na maioria dos casos, o efeito é mais placebo que efetivo, mas alguns suplementos podem conter uma dosagem maior que a recomendada para crianças.
Pesquisadores norte-americanos analisaram os rótulos dos suplementos vitamínicos para crianças e o estudo, divulgado pelo Journal of American Medical Association (Jama) Pediatrics em 2014, mostrou que a vitamina D era a única em níveis adequados para a média diária de consumo permitida. “As demais vitaminas, ou estavam em excesso ou não tinham uma quantidade adequada para uma análise apropriada. Os níveis variavam de apenas 13% do consumo adequado, como a vitamina colina, para 936% do consumo adequado, como a vitamina biotina”, conforme o artigo.
Em excesso, as vitaminas podem causar sintomas de doenças, como a vitamina C, citada no artigo. Se consumida em doses acima do indicado, na esperança de diminuir as chances de uma gripe, pode causar dores de cabeça, diarreia, náusea e cólicas.
A recomendação dos médicos é que a suplementação seja feita apenas em crianças que apresentem deficiência em alguma vitamina, o que nem sempre é o caso. “A criança pode até não comer ‘comida’, mas os pais entopem de porcarias e, se pensar do ponto de vista nutricional, mesmo elas não têm uma deficiência em vitaminas que precise de suplementação”, explica a endocrinopediatra Erika Paniago Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Fique de olho
Vitaminas e minerais precisam estar em níveis adequados para ajudar no crescimento e desenvolvimento infantil e muitas são encontradas na alimentação. Confira as principais fontes vitamínicas, de acordo com informações da Academia Americana de Pediatria.
Vitamina A. Promove o crescimento, cuida da saúde da pele, reparação dos tecidos e ajuda na visão noturna. Vegetais amarelos, laticínios e fígado são fontes ricas dessa vitamina.
Vitaminas do complexo B. Ajudam na formação dos glóbulos vermelhos e nas atividades metabólicas. São encontrados na carne vermelha, principalmente no fígado, carne branca, peixe, soja, leite, ovos, grãos integrais, cereais e pães enriquecidos.
Vitamina C. Fortalece o tecido conjuntivo, os músculos e a pele, acelera o processo de cicatrização de feridas e ossos, e aumenta a resistência a infecções. É encontrada em frutas cítricas, morangos, tomates, batatas, couve de Bruxelas, espinafre e brócolis.
Vitamina D. Participa da formação de dentes e ossos, e regula a absorção de minerais, como cálcio. As fontes alimentícias incluem produtos lácteos, óleos de peixe e gema do ovo. Luz solar é um dos grandes contribuintes de vitamina D, estimulando a conversão do componente natural na pele em uma forma ativa da vitamina.
Ferro. Se os níveis de ferro estão baixos, a criança pode ter sintomas de irritabilidade, indiferença, depressão e susceptível a infecções. É também um importante componente para períodos de rápido crescimento, pois promove a produção sanguínea e crescimento muscular. Por isso, a deficiência de ferro é mais comum em adolescentes do que em crianças. As melhores fontes são carne vermelha, peru, carne suína, fígado, espinafre, feijão e ameixas.
Cálcio. O crescimento saudável dos ossos exige uma quantidade necessária de cálcio. Procure por leite desnatado, queijo, iogurte, sardinhas, brócolis e espinafres.