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Agência Estado

Maisa Silva pede, no YouTube, fim de tabu sobre menstruação

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11/08/2017 14:25
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Maísa Silva discutiu, no seu canal no Youtube, sobre o tabu que envolve a menstruação na sociedade brasileira (Foto: reprodução Youtube)

Maisa Silva usou o seu canal do YouTube para falar abertamente sobre menstruação, um assunto que ainda é encarado por muitos como um tabu. A atriz, que aos 15 anos não tem medo de encarar o tema, começou com uma reflexão.
“Por que menstruação é um tabu na nossa sociedade? Por que falar de menstruação ainda gera polêmica? Eu já tuitei várias vezes, porque cara, meus tweets são de sono, fome, cólica, porque são coisas que acontecem na minha vida e eu tô afim de compartilhar. A gente tá batendo um papo reto sobre as coisas que as ‘minas’ passam, sim, que é a menstruação”, desabafou.
Maisa então falou sobre um incidente que teve com sua menstruação na escola, problema para várias adolescentes. “Minhas amigas me fizeram rir tanto, que eu dei uma gargalhada e nessa gargalhada foi um ‘tsunami’. Eu levantei e aquele banco branco estava vermelho. Fiquei nervosa, pensei ‘tem um monte de gente aqui’, ‘vai todo mundo ver'”, disse. “Mas, resumindo, ninguém percebeu”, completou a atriz.
Ela também revelou que teve sua primeira menstruação aos 12 anos e que, apesar de sempre ter sofrido emocionalmente com a tensão pré-menstrual (TPM), este ano a situação piorou: “Estou tendo dor de cabeça e cólica. Eu sinto uma cólica que não sei de onde vem, tô em qualquer lugar, fazendo show, fazendo evento, e tenho que ficar com uma bolsa de água quente”, disse.
A atriz terminou o vídeo ressaltando a importância de encarar a menstruação com naturalidade e não esconder para si mesma quando estiver sofrendo com cólicas ou qualquer outro sintoma da TPM. “Você está morrendo de cólica, mas não precisa ficar presa. Pode falar para o professor que quer ir na enfermaria. Não é um monstro de sete cabeças, é natural do seu corpo”, finalizou.
Menstruação: cólicas são normais?
Para a maior parte das mulheres, cerca de 80%, sentir cólicas durante o período menstrual não significa nada além da própria menstruação. Alguns casos, no entanto, quando a cólica é mais impactante e debilitante, pode ser sinal de doenças, e deve ser investigada.
A cólica da menstruação, chamada de dismenorreia primária, pode ir de amena a muito intensa. Ela tem início com o fluxo menstrual e dura entre dois a três dias. Essa cólica aparece, geralmente, nas primeiras menstruações e tende a desaparecer ou diminuir de intensidade ao longo dos anos ou depois da primeira gestação.
No caso das cólicas que podem ser decorrentes de doenças, a dor se inicia duas semanas antes da menstruação e é mais intensa e progressiva – piora com o passar dos anos. A dor pode vir acompanhada do aumento no volume ou na duração das menstruações e a causa pode ser devido a miomas ou a endometriose.
Endometriose na adolescência: pode acontecer
Por achar que a dor é natural, entre 4% a 17% das meninas, depois da primeira menstruação, desenvolvem a endometriose sem buscar ajuda médica. O diagnóstico, portanto, só acontece entre sete a até 12 anos depois dos primeiros sintomas, quando a gravidez demora a chegar ou surgem lesões além do útero.
A doença se caracteriza quando algumas células do endométrio, camada que reveste o útero, não são eliminadas pela menstruação e causam lesões em outras partes, como ovários e cavidade abdominal. Dores fortes, a princípio só no período menstrual, mas depois por todo o mês, são os primeiros sinais da endometriose na adolescência.
Em adolescentes, a cirurgia não é o tratamento mais indicado, visto que as lesões podem retornar. Atualmente, a endometriose é tratada com anticoncepcionais que suspendem a menstruação por longos períodos e anti-inflamatórios contra a dor. Além disso, cuidar da alimentação e do peso são medidas importantes, porque o tecido gorduroso produz o estradiol, hormônio feminino que alimenta a endometriose.
Fique de olho
Síndrome mais comum entre as mulheres, 15% a 20% têm ovário policístico. A Síndrome do Ovário Policístico é outro distúrbio muito comum na adolescência, sem relação com a endometriose. O excesso de hormônio masculino no organismo faz com que a menina tenha muita acne, pelos no rosto, além de não conseguir ovular. A síndrome está associada ao excesso de peso, e o objetivo do tratamento é equilibrar os hormônios, seja com redução de peso, seja  com o uso de anticoncepcionais, que regularizam o quadro hormonal.