Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Manter a mente ativa é fácil! Siga essas 5 dicas

Amanda Milléo
21/07/2016 21:55
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Cerca de 60 pessoas vieram à redação da Gazeta do Povo para o workshop (Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo) | Letícia Akemi

Há quem diga que depois dos 60 anos é normal perder a audição, diminuir o ritmo e se sentir excluído do convívio com amigos e familiares. Mas não precisa ser assim. O Viver Bem recebeu na noite desta quinta-feira (21), dois especialistas que deram medidas práticas em como manter a mente e a vida ativas da pessoa idosa para mais de 60 leitores da Gazeta do Povo. Confira as sugestões do geriatra Clovis Cechinel, do Laboratório Frischmann Aisengart, e da fonoaudióloga Margareth Fernandes da Silva, da Líder, patrocinadora da palestra. 
1) Pode dirigir. Se a pessoa idosa não se sentir mais confortável ao volante, é interessante passar a direção à outra pessoa. No entanto, a facilidade no transporte garante que o idoso tenha acesso a médicos e hospitais, bem como aos hobbies e atividades de lazer, ajudando na felicidade e bem estar. É muito comum que os próprios idosos reconheçam suas dificuldades e mudem seus hábitos, como por exemplo deixar de dirigir à noite, em dias de chuva e evitar pegar a estrada. Ao contrário do que possa parecer, os idosos se envolvem menos em acidentes de trânsito, justamente porque praticam mais a direção defensiva.
2) Volte a ouvir. Faz parte do processo de envelhecimento o declínio da audição, a começar pelos tons mais agudos primeiro. É fácil perceber essa mudança, principalmente, quando o idoso está reunido com outras pessoas, em um evento familiar. Ele pode até escutar, mas terá muita dificuldade em compreender o que falam e distinguir quem fala, pois os tons se misturam, e ele se perde. O ideal é usar, o quanto antes, aparelhos auditivos que ajudarão o cérebro a não se esquecer daqueles ‘tons’ perdidos. Doenças crônicas, como diabete e hipertensão, não estão relacionadas diretamente à perda auditiva.
Adriano Justino, editor do Viver Bem, Margareth Fernandes, fonoaudióloga da Líder, patrocinadora da palestra, e Clovis Cechinel, geriatra do laboratório Frischmann Aisengart (Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)
Adriano Justino, editor do Viver Bem, Margareth Fernandes, fonoaudióloga da Líder, patrocinadora da palestra, e Clovis Cechinel, geriatra do laboratório Frischmann Aisengart (Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)

“Fiz um teste em casa. Minha neta foi dar uma festa para uns 50 amigos. Fui junto, participei mas ninguém veio conversar comigo por conta própria. Às vezes não é o idoso que se marginaliza da sociedade, mas é ele quem é marginalizado pelos familiares e conhecidos. O idoso é consumidor, é formador de opinião. A cada eleição, meus familiares sempre me perguntam minha opinião, querem saber o que eu acho da situação política, porque eu sou o mais velho”, comenta Urandy do Val, comerciante, 81 anos, participante do workshop.

3) Esquecimento é normal? Preste atenção a quanto esse esquecimento interfere nas atividades do dia a dia. Esquecer-se de onde guardou a chave pode ser um sinal de desatenção ou estresse, não de um problema maior. Porém, se a pessoa idosa sai de casa e se esquece de como voltar ou se esquece de nomes, lugares ou datas que tinha facilidade em guardar, esses são sinais mais preocupantes.
4) Converse, converse e converse. Falar e ouvir são exercícios muito importantes para estimular a mente da pessoa idosa. Ao conversar, e ouvir, ela tem maior percepção do que está ao seu redor, reduz a tendência a se isolar e a desenvolver depressão. Isso vale tanto para o idoso quanto para quem está próximo a ele. Sair para uma caminhada com as amigas ou família pode estimular visualmente, auditivamente e, como consequência, a mente.
5) Seja realista e otimista. Aceite o que não puder mudar, e não se iluda. Pessoas iludidas são menos felizes do que quem é mais realista. Um traço comum aos centenários é o otimismo. Eles sempre tentam ver o copo meio cheio, nunca meio vazio.

“As pessoas não são felizes 24h por dia. Pessoas têm medo de ser velhas. Eu sou velha, sim! A gente tem que se aceitar. Ser velho não é um problema. Eu sou feliz”, Deia Gradowski Cechelero, 57 anos, empresária, participante do workshop.