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Para fazer o procedimento, os médicos avaliam quatro critérios: idade, índice de massa corporal, outras doenças associadas e o tempo de doença. (Foto: Bigstock)
Para fazer o procedimento, os médicos avaliam quatro critérios: idade, índice de massa corporal, outras doenças associadas e o tempo de doença. (Foto: Bigstock)| Foto:

Jovens chamados de millennials – nascidos entre os anos de 1980 e 1990 – serão, até a meia idade, mais obesos que em comparação à geração anterior, os Baby Boomers. A afirmação veio de uma pesquisa britânica, a Cancer Research UK, que ressaltou, inclusive, que o aumento no sobrepeso e obesidade surge apesar da fama de os millennials seguirem tendências fitness e de alimentação mais saudável – e isso tem uma razão de ser.

>> Mais da metade da população de Curitiba está com excesso de peso

“O problema é que a maioria das propostas de dietas e exercícios físicos é difícil de sustentar a longo prazo. Vemos experiências que dão certo, mas a maioria inicia e não vai longe. É só ver as academias e o fenômeno de verão. Isso não está associado a uma busca pela saúde, caso contrário não teria tanta sazonalidade”, avalia Hugo Ribeiro, médico pediatra, nutrólogo, pesquisador e professor da Universidade Federal da Bahia.

Embora os dados da pesquisa sejam voltados ao público britânico, os brasileiros millennials não estão longe de atingirem resultados semelhantes. No ano passado, o Ministério da Saúde divulgou dados da pesquisa Vigitel, que mostrou que a população obesa passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. Em Curitiba, mais da metade da população (54%) está com excesso de peso.

“É um fenômeno global. Obviamente, eles têm uma qualidade de acompanhamento de dados melhor que nós, por isso identificam o fenômeno de maneira mais clara, mas é uma antecipação do nosso futuro”, reforça Ribeiro.

Mudando a rotina

Tentar segurar o avanço do sobrepeso e obesidade não é fácil, mas também não é tão complicado. A primeira sugestão do médico nutrólogo é: não vá para a academia (ainda).

“A atividade física que é transformadora de verdade é a mudança de rotina. É você andar menos de elevador, caminhar um pouco mais do que faz normalmente e colocar esses detalhes de uma maneira que se integre à sua vida. Isso acaba compensando os exercícios físicos feitos de forma transitória nas academias e das dietas circunstanciais”, reforça Ribeiro.

Ter uma atitude mais saudável perpassa cada escolha feita no dia a dia. Uma ida ao mercado, por exemplo, pode ajudar a reduzir os índices de obesidade no país quando a pessoa revê o que pôs no carrinho de compras. “Não é incomum chegar em casa do supermercado só com baboseira nas sacolas. Comprar uma coisa ou outra, tudo bem, mas o eixo central das compras deve ser pensado. Os carrinhos são o retrato da casa, do que tem mudado. Nós precisamos de diversidade, comer de tudo, mas não comer muito de tudo”, diz.

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Seja diverso na alimentação

O segredo, na alimentação, é simples, mas na prática é complicado. “Não é algo simplório ser diverso. Não pode achar que só tirando os doces você resolve a vida da pessoa ou deixar de comer macarrão. Isso não resolve. É um conjunto de ações que vão impactar não nesse mês, nem nessa década se for pensar na população. É algo que deve ser feito para sustentar por gerações”, explica o médico nutrólogo e pediatra.

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