Saúde e Bem-Estar

Redação

Parar de tomar o antibiótico antes do fim da caixa não aumenta resistência bacteriana

Redação
21/08/2017 19:52
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Com alguns passos simples é possível economizar ou até conseguir remédios de graça. (Foto: Bigstock)

A primeira e principal recomendação de muitos médicos especialistas, ao prescreverem um antibiótico, é para que o paciente tome o remédio até o fim – para evitar a chamada resistência bacteriana, quando a bactéria “se fortalece” e pode não responder mais ao medicamento. Uma nova conduta, porém, tem sido discutida pelos pesquisadores e a indicação de tomar o remédio até o fim pode não ser mais necessária.
Em um artigo publicado no periódico British Medical Journal, o pesquisador Martin J. Llewelyn, e colaboradores, fizeram uma análise contra essa ideia de que o tratamento deve ser completo. Com o título “O caminho do antibiótico chegou ao fim”, os especialistas argumentam que há poucas evidências que indicam a ingestão completa do medicamento com o aumento da resistência bacteriana e que seria hora dos políticos, educadores e médicos abandonarem essa mensagem.
De acordo com os pesquisadores, tomar os antibióticos por mais tempo que o necessário seria, de fato, o vilão da história, pois aumentaria o risco de resistência microbiana. “Reduzir o uso desnecessário de antibióticos é, portanto, essencial para diminuir a resistência bacteriana”, reforçam os autores na publicação.
Novas superbactérias
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para 12 famílias de bactérias que teriam se tornado resistentes aos tratamentos atuais e que precisariam de novos antibióticos para combatê-las. As bactérias seriam resistentes inclusive aos antibióticos mais recentes e são responsáveis pela maioria das infecções hospitalares.
Os chamados “patógenos prioritários” provocam infecções no sangue, nos pulmões, no cérebro e no trato urinário que podem ser fatais. “A resistência aos antibióticos está crescendo, e estamos ficando rapidamente sem opções de tratamento”, alertou Marie-Paule Kieny, assistente do diretor-geral da OMS.
A OMS insta os governos a incentivarem o financiamento público e privado para lutar contra estas “superbactérias”. A agência da ONU alertou anteriormente que se não houver ação para resolver o problema, o mundo estará condenado a uma era “pós-antibióticos”, na qual infecções comuns e pequenas feridas voltarão a ser fatais.
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