Saúde e Bem-Estar

Rodrigo Batista, especial para a Gazeta do Povo

Sem inseminação artificial, curitibana dá à luz quadrigêmeas

Rodrigo Batista, especial para a Gazeta do Povo
19/01/2018 19:42
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Os pais Magnos e Nikolle: gravidez ocorrei sem inseminação aritifical. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.

Uma curitibana entrou para um seleto grupo de mães de todo o mundo, no qual somente uma em cada 500 mil consegue entrar. Perto das 8 horas da última quarta-feira (18), a engenheira de alimentos Nikolle Ronchi, 22 anos, deu à luz quadrigêmeas: Helena, com 1,750 kg e 44 cm; Clara, com 1,960 kg e 43 cm; Geovana, com 1,545 kg e 40 cm; e Luiza, com 1,310kg e 35,5 cm. Elas nasceram no Hospital e Maternidade Santa Brígida.
As crianças nasceram com 33 semanas de gestação, ou seja, oito meses. Tanto a mãe, que ainda está em recuperação da cirurgia cesariana, quanto as crianças, passam bem. As meninas ainda vão ficar por alguns dias na UTI neonatal do hospital por cerca de um mês, para recuperação e desenvolvimento do pulmão.

Expectativa

Os cuidados durante a gestação foram grandes, segundo o pai das meninas, o técnico em natação Magnos Demaman. “Tomamos muitos cuidados para que ela [Nikolle] não fizesse esforço físico”, diz. A rotina do casal também mudou: com a espera pelas quatro meninas, precisaram mudar de casa e de carro para se adequar a nova situação.
Os pais esperavam as quadrigêmeas para a próxima semana. O parto estava marcado para o dia 24 de janeiro, mas uma das bolsas acabou estourando, o que antecipou a chegada das pequenas irmãs. “Nós iríamos terminar o quarto delas nessa semana. Ainda precisávamos colocar as cortinas, mas nada que impeça de recebê-las”, diz o pai.
Uma das quadrigêmeas: elas continuam hospitalizadas, mas passam bem.
Uma das quadrigêmeas: elas continuam hospitalizadas, mas passam bem.
Os parentes do casal, que se preparavam para visitar a mãe e as crianças na próxima semana, estão entusiasmados e o todo tempo em busca de informações. “Todo mundo só quer saber de notícias, mas por enquanto elas receberam poucas visitas”, conta o pai das meninas, que, a todo o momento, precisa informar os mais interessados sobre a mãe e as quadrigêmeas nas redes sociais.

Caso raro

Mesmo sendo uma gestação incomum, Nikolle não passou por inseminação artificial e ainda estava com dificuldade para engravidar. Ela tem ovários policísticos, processo que limita a ovulação da mulher durante o ciclo menstrual.
Segundo o diretor-médico técnico da maternidade, Antônio Paulo Nallnann, a paciente tomou um medicamento para estimular a ovulação e o resultado surpreendeu até mesmo a equipe médica. “Muitas pacientes não respondem positivamente a esse tratamento nem com um bebê, menos ainda com quatro. É um caso muito raro”, diz.
O diretor-médico acrescenta que o caso tem relação com as características genéticas de Nikolle. Uma bisavó dela chegou a desenvolver uma gravidez de gêmeos – que, na época, não avançou. “Mesmo assim, isso faz parte da característica dela”, explica.

Cirurgia durante gestação

Durante o acompanhamento pré-natal, Nikolle precisou fazer uma cirurgia no útero para facilitar o desenvolvimento das quatro meninas. “No quarto mês de gravidez, ela passou por um procedimento que fechou o colo do útero, o que diminui a pressão sobre o órgão e contribui para o desenvolvimento da gestação”, diz.
Além disso, a mãe das quadrigêmeas tomou medicação para facilitar o amadurecimento do pulmão das meninas.
De acordo com o médico, o peso e tamanho das crianças está adequado com a condição da gravidez – de quadrigêmeos – e o tempo de gestação da mãe.
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