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Existe alguma relação entre a ingestão de bebidas alcoólicas durante a gestação e alterações nos traços faciais dos bebês? Uma pesquisa realizada na Austrália mostrou que sim.

O estudo, publicado em junho de 2017 na revista Jana Network, analisou imagens tridimensionais do rosto de 415 bebês cujas mães ingeriram diferentes quantidades de álcool no início ou durante a gravidez. Os resultados mostraram que, mesmo quando ingerido em pequenas doses, o álcool pode alterar o formado do nariz, lábios e olhos dos recém nascidos em qualquer fase da gestação.

Para quantidades menores de álcool, as mudanças craniofaciais são mínimas, como pequenas alterações na ponta do nariz e na face média do rosto. Já as mães que afirmaram sentir o efeito do álcool mais rapidamente e que bebiam durante toda a gestação, a princípio em níveis moderados, tinham bebês com alterações faciais mais acentuadas.

O estudo concluiu: “Todo consumo de álcool tem consequências no desenvolvimento craniofacial, apoiando a recomendação de que a completa abstinência de álcool durante a gravidez é opção mais segura”.

Síndrome Alcoólica Fetal (SAF)

De acordo com a médica do Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool, Rafaela Nishimura, não existem níveis seguros de ingestão de álcool durante a gravidez, principalmente nos primeiros meses. “No primeiro trimestre existem mais riscos de malformações e alterações faciais, porque é a fase de formação dos órgãos”, explica a médica.

Durante o segundo trimestre, o álcool pode aumentar a possibilidade de abortos espontâneos. Já no terceiro, o álcool pode lesar tecidos do sistema nervoso central, comprometendo características como a coordenação motora.

Nos casos mais graves, o consumo pode resultar na Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), uma doença incurável que pode comprometer o desenvolvimento cognitivo e comportamental do bebê. De acordo com Nashimura, a SAF aumenta em até sete vezes a probabilidade de ocorrer a Síndrome da Morte Súbita, ou seja, a morte durante o sono de bebês aparentemente saudáveis.

“Um grau elevado de exposição ao álcool, que seria cerca de 50 gramas de etanol/dia, correspondente a 4 latas de cerveja, já levariam o bebê a ter o comprometimento mais grave da Síndrome”, alerta a médica.

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