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Atitudes para cuidar da saúde do coração
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Coração partido, apaixonado, completo. Quando pensamos em coração, ele quase sempre está relacionado a alguma analogia sentimental e não à saúde. A importância do órgão é subestimada, apesar de doenças cardiológicas serem a principal causa de morte no mundo. Outra informação alarmante: a incidência está aumentando e elas estão aparecendo cada vez mais cedo na população.

A fórmula “exercícios e boa alimentação” é velha conhecida para se evitar doenças cardíacas. Mas não paramos para refletir de que forma esses mandamentos atuam na saúde do órgão. Logo, nos esquecemos que ele existe. O resultado? Não cuidamos suficientemente dele. Descubra, ponto a ponto, de que forma medidas preventivas colaboram com a manutenção cardíaca e comece já a cuidar melhor do seu coração.

Comer direito
O papel da alimentação é evitar a obesidade e o efeito dominó: elevação de colesterol, apneia do sono e aterosclerose – acúmulo de gorduras nas paredes das artérias. Essa obstrução faz com que uma em cada três pessoas com essa doença tenha infarto e aumente o risco de derrame. “Uma dieta saudável diminui a velocidade com que as placas de gordura se formam e aumenta a longevidade”, diz Osni Moreira Filho, presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia.

Especialistas recomendam uma dieta equilibrada e variada, incluindo todos os grupos alimentares, com pouco consumo de gorduras saturadas, ou de origem animal, que se depositam nas artérias. Para diversificar, preste atenção ao prato e divida-o em quatro partes: três grupos devem ser saudáveis e um pode ser um pecado. Não se esqueça das fibras, que “carregam” um pouco da gordura ao serem liberadas no organismo.

Aposentar o cigarro
Fumar acelera a aterosclerose, por fazer acumular mais gorduras e produzir placas maiores. Como coração e pulmão são órgãos que “conversam”, as toxinas acumuladas no aparelho respiratório podem provocar insuficiência cardíaca, que causa déficit no bombeamento do sangue para o restante do corpo. “Toda vez que se fuma, nos 30 minutos seguintes ocorre vasoconstrição. Se você já tem um entupimento de 50% e vive em vasoconstrição, o risco de infarto é muito grande”, diz Luiz Fernando Kubrusly, diretor clínico do Hospital Vita. Com um coração naturalmente mais protegido, devido ao ciclo hormonal, mulheres perdem essa vantagem quando fumam.

Mexer o corpo
Exercícios regulares controlam a pressão arterial, o que aumenta a eficiência do coração enquanto bombeador e reduz riscos de hipertensão. Ao melhorar o metabolismo, ajudam a manter adequados os níveis de colesterol e glicose. Outra vantagem da atividade física é avaliar a saúde do coração: “Enquanto a pessoa estiver fazendo exercícios regularmente e cansando no mesmo tamanho, seu coração está avisando que está saudável. Se ela mantiver a regularidade dos exercícios e das consultas periódicas, dificilmente será surpreendida por alguma doença”, diz Moreira Filho. O exercício continuado contribui com o aumento do bom colesterol (HDL), que ocupa o lugar do colesterol ruim (LDL), responsável por doenças do coração.

Relaxar
O estresse piora o estado do coração de duas maneiras, por levar a pessoa a comer pior e deixar de se exercitar e pelo estresse agudo também poder ser um gatilho para infarto ou derrame entre pessoas que estariam próximas de sofrer essas condições.

Emergência
O sintoma principal do infarto é a dor no peito, que se parece com um peso em cima do corpo ou com queimação. Afrouxe as roupas do infartado e leve-o ao hospital ou chame a emergência. Em parada cardíaca (perda de consciência), ligue à emergência e faça a compressão torácica ininterrupta.

Batimento ideal

Saber sua frequência máxima ajuda a planejar as atividades físicas

Cada um tem uma frequência cardíaca máxima, que grosseiramente pode ser medida a partir da subtração da sua idade do número 220. Segundo Kubrusly, o ideal é não deixar que a frequência ultrapasse esse número ou fique próximo a ele, até porque causa mal estar. O exercício leve fica 60% e 70% da frequência máxima, enquanto o intenso, que requer mais atividade cardíaca, vai de 70% a 90%. O cirurgião vascular recomenda fazer exercícios leves de três a quatro vezes por semana e reservar apenas um dia para atividades intensas (porque queimam também os músculos). Durante o esporte, use frequencímetro ou calcule com ajuda da própria respiração: “Se você conseguir conversar durante a atividade, a frequência está a 60%. Se conseguir só dizer ‘sim’ ou ‘não’, ela está acima desse porcentual. Acima de 90%, não se consegue falar”, diz.

Os perigos do infarto

A obstrução da artéria coronária por um coágulo de sangue ligado à placa de gordura faz com que não chegue uma quantidade de sangue  suficiente ao coração:

Doenças crônicas
Ao lado dos hábitos de vida e histórico familiar, doenças crônicas também favorecem o aparecimento de aterosclerose e aumentam o risco de infarto. A diabete corrói as artérias e facilita a aderência do colesterol nas paredes. A doença também compromete o tratamento. Já a hipertensão endurece as artérias, tornando mais propício o depósito de colesterol.

Tratamentos
Após um infarto, indica-se a angioplastia, que usa um cateter para inflar a artéria obstruída. No mesmo procedimento, pode ser inserido um stent (que se parece com um tubo) para manter a passagem de sangue no local. Um das novidades é o stent bioabsorvível, que não causa coágulos e, como desaparece, permite a realização da ponte de safena no mesmo local, se necessário. Já na ponte de safena extrai-se uma parte da veia da perna (safena) para fazer um enxerto que forma uma ponte: ligação entre a aorta (artéria principal) e a região abaixo da obstrução.

Exames
A cintilografia é um exame que quantifica as regiões afetadas pela isquemia, que é a condição de falta de oxigênio por falta de circulação sanguínea no miocárdio. Quem passou por infarto pode realizar o exame para saber a quantidade de tecidos que “morreram” (necrosados). Para saber o nível de obstrução das artérias, uma opção é o ecocardiografia de estresse, ultrassom feito a partir de um teste de esforço ou medicamento que acelera o coração.

Fontes: Costantino Costantini Ortiz, cardiologista e diretor do Hospital Cardiológico Costantini. Hael Haenisch, especialista em medicina de urgência do Hospital Pilar. Dalton Précoma, professor da PUCPR, e Gustavo Blume, ambos cardiologistas do Hospital Marcelino Champagnat.

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