Saúde e Bem-Estar

Carolina Kirchner Furquim, especial

Perto do primeiro aniversário e ainda careca? Dermatologista tira as principais dúvidas

Carolina Kirchner Furquim, especial
30/08/2016 19:10
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Foto: Bigstock

A pequena Antonella, filha da engenheira civil Aline Moritz Perussolo Soares, está prestes a completar 11 meses de vida, mas permanece praticamente carequinha. “Quando estava grávida, brincava com todos que gostaria que ela puxasse os cabelos do meu marido, Rafael, que tem fios bem grossos. Eu sou o contrário, tenho pouco cabelo e fios finos”, diz.
A bebê surpreendeu a mãe no nascimento, que achava que ela viria ao mundo até com menos cabelo. “Eu e meu marido nascemos bem carecas, então quando a Antonella veio com um pouquinho, foi uma surpresa. Porém, um mês depois ela tinha perdido quase tudo, ficando praticamente 100% carequinha“, conta Aline.
Antonella com a mãe, Aline, aos 7 e 10 meses de vida: a carequinha permaneceu a mesma (Fotos: arquivo pessoal)
Antonella com a mãe, Aline, aos 7 e 10 meses de vida: a carequinha permaneceu a mesma (Fotos: arquivo pessoal)
No primeiro mês de vida, o pediatra da bebê já sinalizava que ela não conseguiria usar chuquinhas antes do primeiro aniversário, um palpite que o tempo só confirmou. “Isso nunca me preocupou, até porque minha mãe conta que fazia chuquinhas a muito custo no meu primeiro ano de vida. E minha sogra diz que meu marido também permaneceu careca por um bom tempo, e hoje é cheio de cabelos. Ainda não tenho como saber a quem ela puxou, mas gostaria que ela tivesse cabelo para poder prender e usar laços, que é o sonho de toda mãe de menina”, brinca Aline.
Por enquanto, a carequinha de Antonella é enfeitada com lacinhos aplicados direto na cabeça. “Mas como a cabeça dela está crescendo, os lacinhos já não são mais os ideais. E é difícil encontrar opções de laços maiores e bonitos para colar, já que nessa idade supõe-se que a bebê já tenha cabelos para prender”, diz.
Tudo na normalidade
Não há motivos para preocupação caso os cabelos do bebê ainda não tenham crescido ou encorpado depois de meses do nascimento. Isso porque, segundo a dermatologista Nádia Almeida, do Hospital Pequeno Príncipe, a velocidade de crescimento e renovação dos fios é mesmo de ordem hereditária. “A primeira coisa que analisamos é o histórico familiar, pois a genética é essencial. Se isso se confirmar, está tudo dentro do esperado. Não dá para determinar exatamente o tempo que o cabelo vai demorar para crescer, já que depende de cada organismo”, diz.
Segundo ela, mesmo que o cabelo cresça devagar, o que importa é ter ao menos um pouco de cabelo (uma espécie de penugem) e todos os fios na mesma fase. “Se a criança apresentar uma cabeça realmente lisa (alopécia universal), sem nada de cabelo, é preciso investigar o processo de formação capilar e verificar se não há folículos atrofiados ou alguma doença autoimune, que faz com que o organismo reaja contra os pelos”, explica a dermatologista.
Alguns xampus manipulados e de formulação bem suave, segundo a médica, podem ser prescritos para acelerar o crescimento dos cabelos em bebês. “Isso costuma apresentar bons resultados”, diz Nádia.
Queda
Nos recém-nascidos, a perda dos cabelos está relacionada à interrupção dos hormônios transmitidos da mãe ao bebê durante a gestação, e pode acontecer de forma difusa na cabeça. “As mães também sofrem com a queda de cabelos após o parto, pelo mesmo motivo”, diz a médica. Todos os bebês, portanto, sejam eles cabeludos ou não, vão passar pela queda dos fios nos primeiros meses de vida. Neles, o processo de maturação é rápido e um cabelo só cai quando tem um outro novo vindo. Algumas crianças também podem experimentar uma queda mais acentuada na região da nuca, que geralmente acontece por atrito depois de passarem muito tempo deitadas.
Problemas à vista
Se a queda persistir depois que a criança for maior, pode ser um sinal de deficiências nutricionais e até mesmo distúrbios endócrinos. Neste caso, o mais indicado é consultar um dermatologista ou tricologista.