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Depois dos 20 anos, fique atento ao calendário de vacinação para adultos e não perca os reforços. 
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Depois dos 20 anos, fique atento ao calendário de vacinação para adultos e não perca os reforços. Foto: Bigstock| Foto:

Nem todas as vacinas que você tomou na infância vão conseguir protegê-lo durante toda a vida. De tempos em tempos é preciso um reforço para manter a própria proteção e a de quem estiver próximo. Além disso, novas vacinas “blindam” contra doenças até então sem imunização específica. Depois dos 20 anos, fique atento ao calendário de vacinação para adultos e não perca os reforços.

“Se estiver em dúvida se tomou a vacina ou não, ou quanto tempo faz desde a última dose, tome novamente. No caso da hepatite, faça o exame de dosagem dos níveis séricos que, se estiverem baixos, indicam a necessidade de reforço. Para outras vacinas, na dúvida, reforce”, diz Myrna Campagnoli, endocrinologista do laboratório Frischmann Aisengart.

A sobredose, segundo Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), é um mito e não faz mal. “Culturalmente, pensamos que a vacina é coisa de criança, mas uma das recomendações internacionais é para que os médicos, durante as consultas de rotina, não percam a oportunidade, expliquem ao paciente a importância da vacinação e vejam se ele está em dia com elas”, salienta a médica.

Carteirinha

Dependendo da região onde você morou na infância, é possível que os postos de saúde tenham registrado quais vacinas você tomou ao longo da vida e quais precisam ser reforçadas. No entanto, embora hoje seja mais habitual fazer o registro de cada vacina das crianças, há 20 ou 30 anos a prática não era tão comum. Na dúvida, procure pela cartela de vacinação da sua infância com seus pais ou reforce as vacinas que não tiver certeza.

Lista de vacinas

Confira quais são as principais vacinas que constam na lista da SBIm, e as particularidades de cada uma delas:

Difteria, tétano e coqueluche

Na infância é comum receber a dose de difteria, tétano e coqueluche, a chamada tríplice bacteriana. Na adolescência ou fase adulta, a difteria e tétano precisam de um reforço, especialmente se estiver próximo de completar 10 anos. Se o tempo chegou aos 20 anos, o reforço deve incluir a coqueluche. A dupla, de difteria e tétano, é gratuita pela rede pública, e a tríplice está disponível pela rede privada, indicada inclusive para gestantes. A melhor época para aplicar a vacina tríplice, de acordo com informações da SBIm, é entre a 27ª e 36ª semana de gestação, pois permite uma transferência maior de anticorpos maternos para o bebê – embora ela possa ser recomendada a partir da 20ª semana, até o momento do parto. Se não forem vacinadas durante a gestação, as mulheres precisam receber a dose depois do parto, o mais cedo possível, e essa vacina tríplice precisa ser repetida a cada gestação.

HPV

Seja mulher, ou homem, todos precisam se proteger contra o Papilomavírus Humano, ou HPV. Há estudos que indicam que, na infecção aguda pelo HPV, a vacinação pode ajudar inclusive no tratamento e na prevenção de novas recidivas. Mesmo que a mulher tenha sido previamente infectada, pode ser beneficiada com a vacinação. No Brasil, há duas vacinas disponíveis. Uma de partículas semelhantes ao vírus tipos 6, 11, 16 e 18, licenciada para meninas e mulheres dos 9 aos 45 anos de idade, e para meninos e jovens de 9 a 26 anos de idade. A segunda, de partículas dos tipos 16 e 18, para meninas a partir dos 9 anos de idade.

Sarampo, caxumba, rubéola

As duas doses, contra as três doenças, podem ser tomadas depois do primeiro ano de idade, com intervalo mínimo de um mês entre elas. Uma das doses está disponível, até os 49 anos, pela rede pública, enquanto a segunda pode ser tomada nas clínicas privadas de vacinação. Por ser uma vacina de vírus atenuado, gestantes e quem estiver próximo às grávidas devem tomar cuidado, pois há risco de sintomas clínicos.

Hepatites A e B

A vacina contra a hepatite A não tem disponível na rede pública, mas a B sim, e todos devem receber essa proteção. Há ainda uma opção de vacinação que conjuga tanto a hepatite A quanto a B, tomada em três doses, disponível apenas em rede privada. Se você não tiver certeza de ter tomado essa vacina, faça a dosagem dos níveis séricos e, se estiver baixo, refaça as três doses. A vacinação é especialmente importante no caso de trabalhar em contato com secreção e líquidos.

Varicela (Catapora)

Voltada principalmente aos imunodeprimidos, a vacina contra a varicela pode ser tomada em duas doses, com um ou dois meses de intervalo entre elas. Se não foi vacinado na infância, procure as clínicas privadas de vacinação.

Febre amarela

A proteção contra a febre amarela é indicada, primeiramente, aos residentes ou viajantes para áreas onde a doença é endêmica, e segue a classificação do Ministério da Saúde e da OMS. A cada 10 anos, essas pessoas recebem uma nova dose. Caso viaje a alguma área da doença, tome a vacina pelo menos 10 dias antes da viagem, para uma proteção completa. A vacina está disponível na rede pública.

Influenza (Gripe)

Mais conhecida, a vacina contra a gripe ou influenza é indicada para todo mundo, seja homem ou mulher, em qualquer idade e mesmo para as gestantes. No caso de pessoas em grupos de risco, como diabéticos ou asmáticos, a vacina está disponível pela rede pública. Caso contrário, é possível encontrar em redes privadas de vacinação.

Meningocócica ACWY e B

A situação epidemiológica da região será a balizadora no caso de reforços da vacina meningocócica, seja ACWY ou B. No caso da primeira, é apenas uma dose e pode ser substituída pela vacina meningocócica C conjugada, caso a ACWY não tenha. A vacina contra o tipo B da doença é feita em duas doses, com intervalo de um mês. Ambas não estão disponíveis na rede pública, apenas na privada.

Dengue

Nas últimas semanas, a OMS recomendou a vacinação contra a dengue a partir da vacina Dengvaxia, desenvolvida pelo laboratório Sanofi Pasteur. Registrada pela Anvisa em 2015, a vacina é tetravalente, prevenindo contra todos os tipos de dengue, porém mais eficaz contra DEN-1 e DEN-4. Dividida em três doses, tomadas em um intervalo de seis meses, a proteção é indicada para adultos entre 20 e 30 anos, e moradores de regiões com situação epidêmica. A comercialização da vacina ainda não foi liberada.

Depois dos 60

A partir desta idade somam-se outras vacinas ao calendário, como contra a herpes zoster, em dose única e as pneumocócicas.

10 anos

Este é o intervalo máximo entre as doses de difteria, tétano e coqueluche, e esse tempo varia conforme a vacina. A influenza, ou gripe, exige uma dose anual; a tríplice viral precisa de apenas duas doses depois do primeiro ano de idade, com intervalo mínimo de um mês entre elas, enquanto a meningocócica dependerá da situação epidemiológica da região.

Calendário

Veja todas as informações sobre as vacinas através do calendário de vacinação no site da Sociedade Brasileira de Imunizações.

 

 

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