Saúde e Bem-Estar

Sim! Em Curitiba velhinhos dançam hip-hop

Anna Carolina Amaral, especial para a Gazeta do Povo
05/08/2016 21:00
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Pedro Maçaneiro e Laura Kassoka: gangsta style! Fotos: Letícia Akemi/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

Ritmo típico dos guetos nova-iorquinos, o hip hop é usado para animar aulas de dança na melhor idade. O projeto idealizado pela professora, coreógrafa e fisioterapeuta Cassiane Munhoz Candido, 26, tem como objetivo melhorar a autoestima e o convívio social dos idosos, e é patrocinado pelo Clube da Melhor Idade Nissei. “Eu sempre gostei de trabalhar com idosos, e com 17 anos comecei a desenvolver esse projeto de dança na melhor idade. O hip hop foi uma ideia de trazer o espírito jovem da música para nossas aulas e deu muito certo, eles adoram”, afirma Cassiane.
Ao som do The Fugges, as coreografias são adaptadas para as limitações dos treze integrantes do grupo, mas não se engane, eles fazem um pouco de tudo, e arrasam no break dance! Segundo a professora a maior vantagem da dança é que não é apenas um exercício físico, mas uma atividade cultural em grupo, que além da coordenação motora também trabalha aspectos psicossociais dos participantes. “Muitos alunos entraram no grupo por causa da depressão, mas depois que começaram a dançar são pura alegria”, diz Cassiane.
O grupo de Hip Hop da terceira idade e a professora, Cassiane Munhoz Cândido.
O grupo de Hip Hop da terceira idade e a professora, Cassiane Munhoz Cândido.
Casal apaixonado
O viúvo Pedro Maçaneiro, de 71 anos, foi casado por mais de 40 anos e quando sua esposa faleceu começou a ter depressão. “Minha filha sugeriu que eu começasse a fazer algumas aulas para a terceira idade e me apaixonei pela dança. Minha vida mudou completamente, passei a me sentir melhor e interagir mais com as pessoas”, conta o único homem do grupo. Entre um break dance e outro seu Pedro conheceu dona Laura Kassoka, 65 anos, e o casal começou a namorar. “Gostamos muito de dançar juntos nos festivais, cantamos no coral e desfilamos no Carnaval, nossa vida é bem agitada”, conta dona Laura.
Festivais de dança
No último mês de julho o grupo participou do Festival de Dança da Melhor Idade de Joinville e conquistou o terceiro lugar da competição, e a professora Cassiane levou o troféu de coreógrafa revelação. “Os festivais são pura adrenalina, é uma verdadeira terapia. Mas é ainda melhor quando competimos com os jovens, eles adoram nossas performances”, comemora Eunice do Nascimento, de 67 anos.
Em 2016 o grupo também participou de grandes festivais como o Festival internacional de Hip Hop, da Mostra Paranaense de Dança e do Festival de Dança de Joinville.
Para participar
O Grupo de Dança da Melhor Idade se encontra as terças e quintas, a partir das 14h30 no auditório da Faculdade Bagozzi, em Curitiba. As inscrições são feitas nos meses de janeiro e agosto e é preciso:
  1. Ter mais de 50 anos.
  2. Fazer parte do Clube da Melhor Idade Nissei.
  3. Apresentar atestado médico para atividade física.
  4. Ter disponibilidade para viajar e participar de festivais.
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