Médicos divulgam novas orientações para lidar com o bullying

A Sociedade Brasileira de Pediatria lançou nesta quarta-feira (08) um guia prático para lidar com situações de bullying voltado tanto aos médicos quanto aos pais. Das novas orientações, a entidade alerta os pais para perceberem sinais de traumas frequentes, como ferimentos e hematomas; roupas rasgadas ao chegar em casa e de pânico na hora de ir para a escola — que são os indícios mais comuns.

As recomendações foram embasadas em diferentes estudos e pesquisas, e ressaltam outros sinais importantes para identificar as vítimas do bullying, voltado principalmente à família da criança. Entram na lista a constatação do sono agitado da criança, alterações repentinas de humor, quando a criança oferece muitas desculpas para não ir à escola ou pelo comportamento agressivo em casa, pela tendência de isolamento ou busca de novos amigos fora do ambiente escolar.

Além do incentivo ao diálogo constante e aberto entre pais e filhos, sejam crianças ou adolescentes, a Sociedade também traz outras sugestões aos familiares, de forma a prevenir casos de bullying.

– Evite deixar os jovens em locais fora da escola, nos quais possa ser alvo de agressões, como pontos de ônibus e parques;

– Incentive seu filho a andar em grupos e a buscar novas amizades na escola. Isso ajuda a intimidar os agressores;

– Conversar com as crianças para que comuniquem sempre que alguém, sejam eles mesmos ou colegas, se sentirem alvos de bullying ou quando presenciarem uma situação assim.

Aos médicos pediatras, a entidade médica reforça a importância em buscar algum interlocutor na escola para tratar de forma direta o problema.

“Não há escola sem bullying e não há estratégias capazes de extinguir esse tipo de comportamento entre os estudantes. No entanto, conhecer o problema e saber orientar adolescentes e famílias sobre seus riscos e consequências torna-se mais um ato de promoção da saúde que não pode ser ignorado pelos pediatras”, orienta o documento divulgado pela Sociedade.

Bullying se caracteriza por “todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro, causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, tornando possível a intimidação da vítima”, de acordo com o documento.