Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Complicações de sinusite levam adolescente à morte; doença não foi diagnosticada a tempo

Amanda Milléo
20/03/2018 09:53
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Marquel Brumley com a mãe, Cameo Kennedy, na cidade de Flint, nos Estados Unidos. Menino não recebeu o diagnóstico da sinusite a tempo e doença evoluiu para o cérebro, levando à morte (Foto: Reprodução). | © Alexander Family

Um garoto de 13 anos morreu, nos Estados Unidos, devido a uma sinusite não diagnosticada a tempo. O caso aconteceu neste mês na cidade de Flint, no estado de Michigan. De acordo com informações da imprensa local, Marquel Brumley havia apresentado sintomas de uma infecção das vias respiratórias nas últimas seis semanas, que parecia um resfriado comum. A doença evoluiu, mas nenhum dos médicos consultados conseguiu diagnosticar a sinusite.
Os sintomas de Marquel evoluíram para dor de cabeça intensa, o que deveria chamar atenção dos especialistas, de acordo com Paulo Mendes Junior, médico otorrinolaringologista do hospital IPO, de Curitiba. “Com jovens é preciso um pouco mais de preocupação porque é difícil que eles tenham dor de cabeça. No caso da dor, é importante procurar um médico, porque pode ser tanto um tumor quanto um abscesso, como foi o caso”, explica.
Do nariz, as secreções foram ao cérebro, desencadeando a morte súbita no menino. Embora assustadora, a sinusite que evolui para óbito é rara. “Não é comum, porque mais de 80% dos quadros de sinusite são virais, e não tem essa progressão. No caso das bacterianas, uma porcentagem pequena vai evoluir para um abscesso orbital ou meningite, que é algo mais grave”, diz o especialista.
Foto: (Bigstock)
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Fique atento aos sinais da sinusite:

Quando há uma evolução mais grave da doença, outros sinais indicam o problema:
  • No caso do abscesso orbital, a pessoa pode sentir pressão em volta dos olhos, gerando alteração da visão;
  • A conjuntiva dos olhos, ou a parte branca do olho, pode mudar de cor, ficando mais avermelhada;
  • Pode haver inchaço das pálpebras e dificuldade para movimentar os olhos.

Nem sempre é necessário o exame

Caso surjam os sintomas de uma possível sinusite, procure um médico. Especialistas não indicam a automedicação, que pode mascarar os sinais de algo mais grave, e nem sempre é necessário fazer exames, como tomografia ou raio X.
“A grande maioria das vezes não precisa de exame. A sinusite tem o diagnóstico clínico, feito a partir dos sintomas, ainda mais em casos agudos. É, geralmente, de um resfriado mal curado ou que piorou em um prazo de uma semana”, explica Vinicius Ribas Fonseca, médico otorrinolaringologista pediátrico do Otorrinos Curitiba e presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica.
Em situações que o médico suspeite uma complicação, então são solicitados exames complementares, como nos casos em que o paciente não melhora com o tratamento inicial ou já está no segundo antibiótico, ou em crianças com acometimento do olho, ou mesmo quando há uma rinosinusite crônica diagnosticada.
Os exames também podem ser indicados em crianças com alteração imunológica, como as imunodepressivas, com infecções como HIV e quem estiver passando por tratamento oncológico.
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