Saúde e Bem-Estar

The Washington Post

Suplementos de cálcio e vitamina D não protegem ossos, diz estudo

The Washington Post
28/12/2017 07:00
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(Foto: Bigstock)

Uma das questões mais controversas da nutrição é se os adultos deveriam, ou não, tomar suplementos de vitamina D e cálcio. Conforme o envelhecimento aumenta, e as fraturas ósseas se tornam um problema de saúde pública cada vez maior, com consequências sociais e econômicas, os pesquisadores têm tentado chegar a um consenso sobre o tema, a partir de estudos que associam a suplementação com o risco de fraturas.
A pesquisa mais recente, publicada nessa semana pelo jornal científico JAMA, analisou 33 pesquisas clínicas randomizadas, que envolveram no total mais de 50 mil adultos acima dos 50 anos. Cada um dos estudos analisados comparavam cálcio, vitamina D ou ambos em relação a um suplemente placebo, ou mesmo a nenhum tratamento.
Como conclusão: suplementos de vitamina D e cálcio não são garantias de prevenção de fraturas ósseas ou nos quadris entre os idosos, seja qual for a dosagem administrada, o gênero do paciente, o histórico de fraturas ou a quantidade de cálcio na dieta.
Resultado surpresa
O governo dos Estados Unidos, a partir de um órgão consultivo, já vinha questionando a prática da suplementação desde 2013, quando disse que as evidências que apoiam os benefícios do uso de suplementos entre os idosos sem osteoporose ou deficiência de vitamina D são ‘insuficientes’.
Marion Nestle, professora emérita da Universidade de Nova York, declarou seu posicionou, na época através de um artigo de opinião. Nele, ela pediu cautela dos médicos para que “pensem bem antes de prescreverem suplementação de cálcio e vitamina D para indivíduos saudáveis”. A saúde óssea, segundo Marion, envolve diferentes aspectos nutritivos e de atividades.
“A preservação óssea ao longo da vida requer comer de forma saudável, fazer exercícios de resistência, evitar álcool em excesso e não fumar – um bom conselho para todo mundo”, diz Nestle.
Vitamina D
Embora leve o nome, a vitamina D não se trata de uma vitamina. É, na verdade, um hormônio produzido a partir da exposição à luz do sol e parece ter muitos papéis no corpo humano relacionados à saúde óssea, prevenção a diferentes tipos de câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, função imunológica e saúde reprodutiva.
O estudo mais recente não verificou os benefícios ou riscos da suplementação em outras condições, mas estudos anteriores haviam sugerido que a vitamina D poderia reduzir o risco para diabetes e alguns tipos de câncer. Em abril desse ano, porém, uma pesquisa divulgada na revista científica JAMA voltada à cardiologia encontrou que altas doses mensais de suplementos de vitamina D não parecem prevenir doenças cardiovasculares.
Conduzido por Jia-Guo Zhao, do Tianjin Hospital, na China, a pesquisa focava somente em adultos idosos que viviam em comunidade e não incluam idosos que habitavam asilos, hospitais ou outros centros. Outra limitação do estudo foi que nem todos os participantes passaram pelo exame de concentração de vitamina D antes da pesquisa começar.
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