Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Tire os aparelhos dos dentes seis meses antes do previsto. Veja como!

Amanda Milléo
22/09/2016 09:00
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(Foto: Bigstock)

O paciente pode até achar que não, mas o ortodentista também quer reduzir ao menor tempo possível o uso do aparelho ortodôntico. Para otimizar o tratamento, pesquisadores têm estudado nos últimos anos novas técnicas que façam com que o tratamento termine em um tempo e de uma maneira mais previsíveis. Os mecanismos de controle do movimento dentário, por exemplo, são algumas dessas novidades, que foram discutidas em Curitiba durante o II Meeting de Especialistas, realizado pela Associação Brasileira de Odontologia – Paraná, ocorrido no início de setembro.
O que mais atrasa o tratamento com o aparelho ortodôntico, de acordo com Weber Ursi, doutor em ortodontia e professor livre-docente da Faculdade de Odontologia da Unesp, campus São José dos Campos, é o chamado ‘efeito secundário‘. “Você arruma um dente, e ele movimenta o dente vizinho. Então, você cuida desse dente, e ele estraga o do lado. É esse ‘vai e vem’ que acaba demorando e atrasando o tratamento”, explica.
Dos novos mecanismos de controle do movimento dos dentes, Ursi ressalta algumas importantes inovações nas áreas. Confira como funciona cada uma delas!
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Brackets autoligados

Os tratamentos ortodônticos tradicionais, com aparelhos fixos, levam pequenas estruturas metálicas ‘coladas’ nos dentes, e que ajudam na movimentação dentária. Essas estruturas são chamadas de brackets, e estão ligadas entre si por um fio ortodôntico. Os pesquisadores têm visto que uma estrutura diferente, de brackets autoligados  sem a necessidade do fio – propiciaria um nível de força mais constante, entregando um tratamento em um tempo mais previsível.
Atenção! A mudança não significa que o tempo do tratamento será exponencialmente mais rápido, mas pode chegar a reduzir até seis meses do total. Além disso, o tratamento contínuo também reduziria a frequência do paciente no consultório, gerando mais eficiência e diminuindo o desconforto.

Laser e luz led 

Tanto a técnica com laser quanto a com a luz led estão disponíveis para o tratamento nos consultórios, e são indicados para crianças e adolescentes por serem terapias não invasivas. O laser e a luz estimulam o metabolismo ósseo, agindo como um anti-inflamatório e diminuindo a sensibilidade do paciente à dor. Com essa técnica, a velocidade de cicatrização óssea do dente movido pelo aparelho é mais rápida, além de ser possível reativar o aparelho com mais frequência.
Atenção! Não há nenhum efeito colateral conhecido com essas técnicas, mas cada caso é um. Converse com seu ortodentista.

Movimento vibratório

Embora ainda não seja aprovada pela Anvisa no Brasil, o mecanismo de movimento dentário a partir de um aparelho de vibração é uma das novidades mais aguardadas. Trata-se de uma espécie de ‘molde‘ que o paciente ‘morde‘ e deixa que ele vibre em intervalos de 10 segundos, em dois períodos do dia: 20 minutos pela manhã, e 20 minutos à noite. Essa vibração ajudaria a colocar o dente na posição desejada.
Atenção! O maior problema dessa medida, além de não ter a aprovação da Anvisa, é o custo. O produto, cujo nome comercial é AcceleDent, tem o valor de US$ 900 (ou R$ 3,6 mil), e dura 18 meses – depois desse período o aparelho ‘morre’. Não há efeitos colaterais comprovados.
(Foto: reprodução site)
(Foto: reprodução site)

Corte entre as raízes

A técnica de aplicar pequenos cortes entre as raízes dos dentes, para facilitar a movimentação dos dentes, tem um efeito de três meses. Depois desse período, se o paciente quiser aumentar a velocidade, é preciso fazer novos cortes – o que nem sempre é muito confortável, mas pode reduzir o tempo de tratamento em 20%. Essa técnica, associada ao uso do laser, tem se mostrado benéfica.
Atenção! Por ser mais invasiva, a técnica não é recomendada à crianças ou adolescentes, mas pode ser trabalhada entre os adultos. Não há efeitos colaterais comprovados, porém se a pessoa tiver um sorriso que mostre muito a gengiva, e for preciso fazer um corte na vertical, pode ser que a cicatriz apareça.