Saúde e Bem-Estar

Da redação

Uma dose de AAS a cada 3 dias basta contra o AVC

Da redação
22/08/2016 14:00
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Um dos dizeres mais comuns entre pacientes com hipertensão é de que o ácido acetilsalicílico (AAS), ou a Aspirina, no nome comercial, ajuda a ‘afinar‘ o sangue – sendo um medicamento muito comum ao tratamento da doença crônica. De fato, a substância inibe a ação de uma enzima que, nas plaquetas, diminui a produção de um lipídio, diminuindo a agregação plaquetária e, portanto, a probabilidade de formação de coágulos que obstruem o fluxo sanguíneo.
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Ou seja, o ácido acetilsalicílico ajuda na prevenção de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e enfartes, mas a quantidade certa para atingir esse objetivo ainda não estava muito clara até o momento. Um estudo brasileiro, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp), e publicado no The Journal of Clinical Pharmacology, mostrou que tomar a substância a cada 3 dias é suficiente para prevenir AVCs e enfartes, não sendo preciso a ingestão diária.
No estudo, 24 voluntários sadios foram divididos em dois grupos. O primeiro recebeu doses diárias do AAS, enquanto o segundo recebeu doses a cada três dias, durante um mês. Nos dias de intervalo, recebiam doses de placebo. Antes e ao final do tratamento, os voluntários passaram por diversos exames, entre eles endoscopia, biópsia gástrica e teste de agregação plaquetária.
Como resultado: esperar três dias para o consumo da aspirina é tão eficaz quanto tomar todos os dias, e pode ser até melhor para a saúde, de acordo com informações dos pesquisadores.
“Há 50 anos o AAS tem sido adotada na prevenção de eventos cardiovasculares, mas seu uso constante pode causar irritação e sangramento gástrico – muitas vezes sem sintomas prévios. Por isso, nos últimos anos, vem se tentando reduzir a dose. Neste estudo, propomos um esquema terapêutico diferente”, explica Gilberto De Nucci, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), coordenador do Projeto Temático ao qual está vinculado o estudo, em publicação da Unicamp.
Com essa nova abordagem, a substância poderia ser usada tanto em pessoas que tiveram eventos cardiovasculares, quanto naqueles que têm alto risco, como os diabéticos.