Saúde e Bem-Estar

Roberta Braga, especial para a Gazeta do Povo

Afogamento secundário pode ter consequências graves

Roberta Braga, especial para a Gazeta do Povo
14/01/2019 12:00
Thumbnail

Sintomas do afogamento secundário costumam aparecer entre 6 a 48 após acidente. Foto: Bigstock

Imagine a seguinte cena: a criança está brincando no mar ou na piscina e acaba quase se afogando, engole ou aspira água, engasga e pode até chegar a ficar inconsciente por alguns segundos. Logo após, vem o alívio: não passou de um susto e a criança está aparentemente bem.
Porém, é justamente nesses casos que pode acontecer o chamado afogamento secundário, quadro pouco comum, mas que é considerado bastante grave e pode, inclusive, levar a criança à morte. “O que acontece nesses casos é dessa água engolida ou aspirada ir para os pulmões, em pequena quantidade. O que, a princípio, pode ter sido só susto, precisa ser investigado”, explica a pediatra especialista em emergência médica do Hospital de Clínicas de São Paulo, Beatriz Perondi.
Nos casos de afogamento regular, a criança engole muita água, que vai para os pulmões e resulta em uma parada cardíaca no momento do acidente. Já quando a quantidade de água ingerida é pequena, em geral a criança engasga e logo volta ao normal. Entretanto, algumas horas após o acidente – o que pode variar, em média, entre 6 a 48 horas – essa água irá para os pulmões causando um processo inflamatório, resultando em um edema (inchaço) pulmonar e podendo levar a um quadro de insuficiência pulmonar seguido de parada cardíaca e, caso não seja descoberto a tempo, levando o paciente a óbito.
Para prevenir o afogamento secundário, a recomendação da médica é a de buscar um serviço de saúde caso a criança passe a apresentar alguns dos sintomas: falta de ar, tosse, cansaço excessivo e sonolência em horários fora da rotina. “Quando o quadro começa a agravar a criança pode, inclusive, começar a soltar espuma pela boca”, alerta.
Embora a condição seja grave, a médica afirma que o quadro é tratável e alerta que o cuidado é necessário apenas quando criança tenha passado por um “quase afogamento”. “Ou seja, casos em que os pais percebem que foram mais grave, a criança chegou a se engasgar e ficou assustada”, indica.

Fique alerta aos sintomas do afogamento secundário:

  • Falta de ar

  • Tosse

  • cansaço excessivo

  • Sonolência em horários fora da rotina

LEIA TAMBÉM: