Saúde e Bem-Estar

Camille Bropp Cardoso

5 formas de malhar que não valem a pena

Camille Bropp Cardoso
10/03/2015 11:21
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Plataforma vibratória: mais riscos à saúde do que benefícios.

A notícia é triste, mas, mesmo com a melhor das intenções, é possível que você esteja se exercitando com um aparelho ou modalidade que traz pouco ou nenhum resultado. Isso porque, assim como qualquer outra indústria, a de ginástica busca inovação para manter o público interessado. O problema é que às vezes a malhação da vez se mostra inócua ou até arriscada, depois de ter resultados analisados ao longo do tempo.
Depois de ouvir os treinadores de Curitiba Aurélio Alfieri Neto e Silvana Dias, da Privilege Team, o Viver Bem listou cinco exercícios e aparelhos que costumam ser utilizados em casa. Alguns são inúteis, outros precisam ser usados da forma correta para ter resultado — o que nem sempre ocorre.
A primeira lição é ter cuidado com o exercício da moda. A outra é: sem o esforço necessário, é impossível alcançar resultados, mesmo que a propaganda do aparelho mostre praticantes com o corpo super-tonificado. “Se, enquanto se exercita, você está respirando numa boa e suando pouco, o desgaste não é suficiente para queimar calorias. É preciso criar desafio para o corpo”, diz Silvana.
1) Plataforma vibratória
O aparelho pode trazer mais riscos à saúde do que benefícios. “Não existe regulamentação no Brasil para as plataformas, portanto não há controle sobre a qualidade delas”, diz Alfieri Neto. Por causa disso, aparelhos muito baratos (e de menor qualidade) estão tomando espaço no mercado — cada vez menos atrativo para marcas sérias.
Para Silvana, a lista de pessoas que não podem usar plataformas é grande: hipertensos, quem tem pinos ósseos ou implantes de lentes nos olhos, osteopatas e mulheres que usam DIU. “A vibração é muito intensa, então tudo pode sair do lugar”, diz. “O aparelho até promove uma drenagem linfática, mas há muito mais contras do que prós”.
2) Apoio para abdominal
Está cada vez mais em desuso, diz Alfieri Neto. O problema é que, apesar de corrigir a postura, o apoio é uma “tentação” muito forte para relaxar a musculatura que deveria ser trabalhada. “Poucas academias hoje têm esses aparelhos”.
3) Aparelhos elétricos ou vibratórios
Não custa lembrar: a Food and Drugs Administration (FDA, órgão americano que equivale à Anvisa brasileira) já lançou nota em que reafirma que aparelhos caseiros que dão choques elétricos e vibram para supostamente estimular a musculatura não funcionam. “O tônus muscular aumenta apenas quando há movimento mecânico”, diz Silvana. “Esses aparelhos não funcionam, da mesma forma que a ginástica passiva”.
4) Esteira (ou elíptico, bike ergométrica…) de todos os dias
Ter um aparelho para se exercitar em casa com frequência é válido, desde que o exercício não seja sempre o mesmo. “É preciso aumentar carga, tempo, elevação ou velocidade para conseguir ter resultados ao longo do tempo”, afirma Silvana. Ou seja: se o exercício está fácil para você, é possível que esteja apenas afastando o sedentarismo, e não evoluindo o tônus muscular e a perda de calorias.
5) Mini-stepper
Usados sozinhos não têm resultados satisfatórios, lembra Silvana. “Equivale ao mínimo para não ficar sedentário”, diz. Outro porém é que, para promover essa minguada perda de calorias, o aparelho pede uma postura de equilíbrio que não é para todo mundo — olho fixado na frente (não no chão), barriga contraída, joelhos semi-flexionados. “Uso apenas em circuitos [modalidade em que há um rodízio rápido de exercícios] e muito pouco”, afirma a personal trainer.