Saúde e Bem-Estar

Anna Carolina Amaral, especial para a Gazeta do Povo

Analgésicos podem aumentar o risco de arritmia cardíaca

Anna Carolina Amaral, especial para a Gazeta do Povo
06/05/2016 11:00
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A publicação científica BMJ Open divulgou um estudo realizado pela Erasmus University Medical Center, em Rotterdam, na Holanda, sobre o uso de analgésicos aumentar em até 80% o risco de arritmia cardíaca. Os pesquisadores analisaram por 13 anos, 8.423 pacientes, com idade média de 69 anos. Segundo os estudiosos, que levaram em consideração outros fatores de risco cardiovasculares como a pressão arterial, colesterol e níveis de tabagismo, o uso contínuo de analgésico é o fator que mais contribui para o desenvolvimento de uma arritmia. E como o Brasil é um dos maiores consumidores de analgésicos do mundo o estudo serve de alerta para o uso indiscriminado da medicação e a prevenção da doença.
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Segundo o cirurgião cardiovascular, Dr. Edmo Ataque Gabriel, que atua nos hospitais HCOR, Hospital Sírio-Libanês e Einstein, em São Paulo deve-se levar em conta que muitos analgésicos são compostos de cafeína e substâncias como efedrina ou pseudoefedrina, as quais podem, por um lado promover alivio da dor e o bem-estar, mas, por outro lado, são causadores de picos hipertensivos e arritmias necessitando de cuidados especiais. “Assim, o uso contínuo de analgésicos não é uma boa conduta e a orientação médica é essencial para evitar estes efeitos colaterais”, conclui o cirurgião.
As arritmias cardíacas nada mais são do que alterações do batimento cardíaco, ou seja, o coração sai do seu ritmo natural. Os sintomas mais frequentes são palpitações, falta de ar e tonturas. Em uma fase mais avançada, existe inclusive o risco de morte súbita. O Dr. Edmo salienta que os analgésicos, como qualquer medicamento, devem ser ministrados sob orientação médica uma vez que cada organismo reage de forma diferente aos componentes da medicação. Por isso, não existe uma quantidade segura que possa ser recomendada de forma geral. Toda dosagem deve ser ajustada de forma individualizada.