Todas as fases do câncer de mama são relatadas no livro Sobre Viver: a descoberta, a perda dos cabelos, o balanço, a mastectomia, o pós câncer. “A convivência com os amigos, o término de meu casamento, as alegrias da maternidade e as descobertas como ser humano também estão lá…”, diz Adriana. (Foto: Divulgação)
A nutricionista e professora universitária Adriana Zadrozny tinha acabado de ser mãe novamente. Com um bebê em casa e um filho adolescente, Adriana descobriu o câncer de mama em 2010. “Quando o diagnóstico chegou foi assustador, havia um tumor de 10 cm na mama direita. A fase da lactação tinha mascarado o processo e comecei a fazer a quimioterapia redutora, não tinha como operar. Fiz o tratamento às voltas com o bebê e um adolescente, na expectativa de vencer aquilo tudo”, relembra Adriana.
Foi durante o processo difícil que Adriana começou a escrever relatos diários falando da doença. “Eram basicamente anotações de como eu me sentia, o que eu estava aprendendo com aquilo. Se eu não tivesse sucesso no tratamento queria que meus filhos soubessem por mim como aquilo tinha sido”, conta Adriana.
Os relatos começam a ser compartilhados com pessoas próximas e quando ela percebeu já havia mais de 300 pessoas interessadas na sua história. Foi quando veio a cobrança para a escrita de um livro. “No decorrer desses anos, muitas mulheres me procuraram, queriam saber o que fez dar tudo certo, mas eu não tinha me sentia pronta para colocar isso em livro. Foi só agora, passado os cinco primeiros anos críticos, que nasceu o Sobre Viver”, detalha.
Mensagem
A obra, que será lançada nesta quinta-feira (8), em Curitiba, mescla conselhos, reflexões, informações científicas aprendidas durante o tratamento e também tiradas bem humoradas da autora. A autora optou em manter neste formato do diário para que nenhum sentimento fosse perdido e então mantida a proporção real da sua caminhada. O livro é um lançamento da Maquina de Escrever Editora e Gestora Cultural e é resultado de captação de recursos via campanha de crowdfunding.
O objetivo de transformar a trajetória em livro é apagar a ideia da desesperança, segundo Adriana, tão comum quanto as pessoas passam pelo câncer de mama e também orientar a família das pessoas. “A família, os amigos, muitas vezes, não sabem como agir. Não é preciso falar só sobre isso, pode-se substituir o papo com uma ida ao manicure, por exemplo”, exemplifica. “Quero deixar a mensagem positiva: manter a fé, o otimismo, tirar algo bom de tudo que a gente faça, isso faz a diferença. E mostrar que somos protagonistas dessa história”, conclui.
