Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Em qual metade da diabete você está?

Amanda Milléo
29/06/2015 17:01
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Estudos buscam diabéticos tipo 2 com um tratamento com medicamentos específicos (Foto: Bigstock)

Diabete é uma doença crônica regida pela Regra das Metades: metade da população que tem a doença sabe que tem. Dos que sabem, metade recebe tratamento adequado. E de quem recebe medicamento e serviço adequado, metade descompensa. E na América Latina essa sina se cumpre, segundo dados apresentados no Global Diabetes Summit, em abril, em Bogotá.
O Brasil lidera a lista dos países latinos com maior população diabética (11 milhões), devido à dimensão habitacional e ao desenvolvimento econômico. Quanto maior o poder aquisitivo da população, piores são os hábitos, segundo o médico cirurgião colombiano e diretor da farmacêutica Novo Nordisk no país, Rafael Chaves. “A obesidade é um dos principais precursores da diabete, doença que atinge 34 milhões de pessoas na América Latina”, diz.
Prejuízo geográfico
Nesse cenário apocalíptico da doença, o México está em pior posição – geográfica e genética, de acordo com a diretora do Observatório de Diabetes da Colômbia, Teresa Tono. Segundo a médica, os mexicanos têm uma predisposição genética maior à obesidade e a proximidade com os Estados Unidos influencia nos números da doença.
“Eles (norte-americanos) são o exemplo mais importante de obesidade no mundo e os hábitos ruins passam rápido pela fronteira”, explica. São, atualmente, nove milhões de mexicanos com diabete próximos a 25 milhões de norte-americanos diabéticos, segundo informações da Federação Internacional de Diabete (IDF).
A Colômbia também não tem apresentado bons indicadores. Com a maior abertura do mercado aos fast foods estrangeiros — crescimento de 6% das lojas de comidas prontas nos últimos dois anos, de acordo com dados do Euromonitor International, órgão especialista em pesquisa de mercado — os diabéticos também se tornaram mais presentes. Segundo a Federação Internacional de Diabete Atlas, a prevalência da doença entre os colombianos passou de 7,12% em 2013 a 7,17%, ano passado.
Nos números atuais da IDF, a Argentina ocupa a terceira posição, com 1,6 mi diabéticos; o Chile, 1,5 mi, e a Venezuela, com 1,2 milhões.
*A repórter viajou a convite da farmacêutica Novo Nordisk.