Desodorantes, raios-x, celulares, carne. Certamente você já deve ter se deparado com as inúmeras correntes espalhadas pela internet que alertam sobre esse ou aquele produto do dia a dia que pode causar câncer.
Antes de levá-las a sério, veja esta lista feita pelo site WebMed.com. Especializado em medicina, o site americano destrinchou o que a ciência já descobriu sobre 14 itens bem rotineiros:
ADOÇANTES
Ainda não existe prova de que o consumo de adoçantes seja fator de risco para o câncer. Até agora, a sacarina foi ligada ao câncer em ratos, o que não exatamente se estende a seres humanos. Uma pesquisa com aspartame não achou vinculação.
RAIOS-X
O tempo de exposição aos raios-x é proporcional ao risco de desenvolver um câncer. Quanto maior a dose, maior o risco, e não há dose “segura”. A agência de proteção ambiental dos EUA (EPA) sugere que cada pessoa estabeleça um limite de exposição de 100 mrem (millirem) por ano. Um exame de raio-x normal, por exemplo, equivale a ser exposto a cerca de 10 mrem.
CELULARES
Os aparelhos emitem uma frequência entre 900 MHz e 1,4 GHz. Mesmo assim, o celular ainda não foi vinculado ao câncer, mas mais estudos são necessários. O ideal é usá-lo para conversas curtas e mantê-lo distante do corpo usando fones, por exemplo.
CARNE
Carne processada usa nitratos ou nitritos como conservantes, substâncias comprovadamente ligadas ao câncer, em especial o de cólon. Portanto, evite carnes vermelhas e processadas. Carnes defumadas ou cozidas a altas temperaturas produzem compostos chamados PAHs, cujo vínculo com o câncer ainda está sob análise.
EMBALAGENS DE PLÁSTICO
Plástico transparente em geral tem bisfenol em sua composição (BPA). A Food and Drugs Administration (FDA, espécie de Anvisa americana) avalia que o BPA não é cancerígeno. Mas estudos já concluíram que o bisfenol atua no organismo como o hormônio estrógeno. Isso pode desequilibrar o nível do hormônio, situação já ligada ao câncer de mama. Na dúvida, adote embalagens de vidro.
SEXO DESCUIDADO
Cerca de 75% das pessoas são portadoras do papilomavírus humano (HPV), a mais comum doença sexualmente transmissível. O vírus aumenta o risco de desenvolver câncer de colo de útero e até de pênis, entre outros. A forma mais eficaz de se proteger é tomar a vacina — para mulheres, entre os 11 e os 26 anos; e nos homens, dos 11 aos 21, e usar preservativo — que, infelizmente, não garante proteção total contra o HPV.
OBTURAÇÕES METÁLICAS
Não há ligação entre obturações metálicas (as amálgamas) e câncer, mesmo no caso das que têm metais pesados — como o mercúrio — na composição. A orientação, porém, é substituí-las por resina, já que a contaminação por metais pesados também é nociva ao organismo.
CAFÉ
Em doses moderadas (cerca de quatro xícaras por dia), a cafeína não só não causa câncer como reduz o risco de desenvolver alguns deles, como os de pele, fígado e cólon.
DESODORANTE E ANTITRANSPIRANTE
Primeiro, vamos diferenciar: desodorantes impedem o mau cheiro, enquanto antitranspirantes garantem pele mais seca, bloqueando o suor. Aí está uma grande polêmica. A ciência ainda não cravou a ligação desses produtos com o câncer. Mas esses itens — assim como a imensa maioria dos produtos de higiene — têm parabenos, que aumentam os níveis de estrógeno no organismo. Portanto, evite ao máximo comprar produtos que têm substâncias como benzilparabeno, metilparabeno e propilparabeno na fórmula.
FLÚOR
Esse composto é adicionado à água encanada (caso da distribuída pela Sanepar) e produtos de higiene bucal. A maioria das pesquisas nos EUA, diz o WebMed, não encontrou vínculo forte entre essa substância e o câncer. Na dúvida, só use água filtrada.
PRODUTOS DE LIMPEZA E ETC.
Inseticidas, tintas, vernizes, ceras e produtos de limpeza e de automóveis exalam gases conhecidos como VOCs (volatile organic compounds). Esses componentes já foram ligados ao câncer em seres humanos e animais. Para reduzir ao máximo o contato com essas substâncias, prefira embalagens que informam que o produto é biodegradável ou tem baixo VOC. E evite dizeres como “corrosivo”, “venenoso”, “perigo” e “altamente inflamável”.
REDE DE ENERGIA ELÉTRICA
Tudo que produz, emite e usa eletricidade expele também radiação de extrema baixa frequência (ELF). Não há evidências de que essa radiação provoca câncer. É preciso, porém, evitar se manter a menos de um braço de distância de aparelhos elétricos, afirma o NHI, instituto de saúde ligado ao governo dos EUA.
POLUIÇÃO
Poluição do ar mata pelo menos 220 mil pessoas por ano devido ao câncer de pulmão, a maioria na Ásia. O ar sujo também aumenta o risco de desenvolver câncer de bexiga, ainda que com menos gravidade. A melhor maneira de evitar contato com a poluição é ficar atento a alertas climáticos e ficar em casa quando eles forem ruins.
