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Psicólogos e neurocientistas, ao estudarem o armazenamento de informações no encéfalo, chegaram à conclusão que elas são de tipos diferentes. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo.
Psicólogos e neurocientistas, ao estudarem o armazenamento de informações no encéfalo, chegaram à conclusão que elas são de tipos diferentes. Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo. | Foto: LETICIA AKEMI

Esquecer o nome de uma pessoa, de um filme ou música é bastante comum. Isso porque o mecanismo complexo da memória, que é responsável pela lembrança ou esquecimento de informações, pode reter mensagens com mais facilidade e outras não.

De acordo com o neurocirurgião e professor de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Feres Chaddad Neto, para entender melhor como o cérebro faz distinção do que merece ser arquivado e o que não precisa, é necessário distinguir os conceitos de cognição e memória.

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Segundo o médico, a cognição é a capacidade de adquirir novos conhecimentos. Ela envolve o raciocínio, a linguagem, a emoção, a motivação e a percepção. Já a memória é a retenção da informação aprendida. “No entanto, entre as muitas informações novas que aprendemos ao longo da vida, nem todas são processadas e armazenadas pela mesma estrutura neural. Isso significa que não existe um mecanismo que seja individualmente responsável por todo o aprendizado”.

Tipos de memória

Durante nossa vida, guardamos muitas memórias. Psicólogos e neurocientistas, ao estudarem o armazenamento de informações no encéfalo, chegaram à conclusão que elas são de tipos diferentes. A memória responsável pelos fatos e eventos é chamada de declarativa. Já a de procedimentos, é destinada às habilidades, hábitos e comportamentos.

“De modo geral, a memória declarativa é evocada conscientemente e a de procedimentos não. As declarativas são mais fáceis de serem formadas e são esquecidas com mais facilidade, enquanto as memórias de procedimentos exigem repetição e prática para serem guardadas e possuem menor probabilidade de serem perdidas”, esclarece Feres Chaddad Neto.

Além disso, o neurocirurgião aponta a existência de memórias de longo e de curto prazo. “As de longo prazo são aquelas armazenadas por semanas ou anos, como a recordação de um fato da infância, uma festa de aniversário ou um Natal em família. As de curto prazo, como o nome diz, são esquecidas com mais facilidade e estão sujeitas a alterações e perturbações. Lembramos do que jantamos na noite passada, mas daqui a algumas semanas essa informação não estará mais presente.”

De acordo com o médico, as memórias de curto prazo podem ser apagadas por traumatismos cranianos ou por eletrochoques, mas não as de longo prazo.

Amnésia

A amnésia é uma grave perda da memória ou da capacidade de aprender, causada por certas doenças ou lesões cerebrais. “Alguns males como concussão, alcoolismo crônico, encefalite, tumor cerebral e acidente vascular cerebral também podem causar prejuízos nessa área”, completa Feres.

“A perda da memória é mais comum após algum traumatismo craniano e pode se manifestar de diferentes formas. Na amnésia retrógrada, o paciente esquece os eventos anteriores ao trauma. Em casos graves, o esquecimento pode ser de toda e qualquer informação aprendida.Já na amnésia anterógrada, há a dificuldade de formar novas memórias após o acidente cerebral. O indivíduo pode se tornar incapaz de absorver qualquer informação nova. Em casos menos graves, o aprendizado torna-se mais lento.”

O neurocirurgião indica que a amnésia global transitória é o tipo mais comum. Ela envolve um acesso repentino de amnésia anterógrada e pode durar algumas horas ou dias. Nesses casos, a fala fica desorientada, mas lembranças de números de telefones, por exemplo, permanecem normais. O tratamento, nos casos em que não há perda transitória ou parcial da memória, é feito com acompanhamento médico e reabilitação cognitiva.

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