Turismo

“Atlântida da China” vira espetacular destino turístico

Roberto Couto
01/05/2016 22:00
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A visão emocionante de um dos templos de Shi Cheng (Cidade dos Leões), submersa há 57 anos no lago artificial de Qiandao. Fotos: divulgação.

Um labirinto de templos em outros tempos brancos (hoje, meio amarelados), arcadas com inscrições em alto relevo, muralhas, estradas pavimentadas de pedras e casas… Você pensou em um sítio arqueológico na Grécia, Itália ou Turquia? Não, este cenário é na China. E detalhe: a 40 metros debaixo d’água.
Conhecida como a “Atlântida da China“, em referência a lendária ilha descrita pelo filósofo grego Platão, a antiga Shi Cheng (Cidade dos Leões) está submersa há 57 anos no lago artificial de Qiandao, próximo a Montanha Wu Shi (dos Cinco Leões) e a 400 km Changai. Agora, a cidade de 600 anos se tornou um destino turístico de aventura para viajantes e mergulhadores. O mês de maio, inclusive, marca o começo da temporada de mergulhos exploratórios para conferir as espetaculares ruínas do país asiático.
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Shi Cheng foi o centro da política e da economia da província de Zhejiang por 600 anos. Em 1959, no entanto, o governo da China construiu sua primeira usina hidrelétrica no condado de Chun’na para abastecer Changai e Hangzhou. Com isso, a antiga metrópole foi afundada no Lago de Qiandao, junto com cerca de 27 aldeias e mil vilas. Por conta disso, 290 mil habitantes tiveram que migrar da região.
Atualmente, a Usina de Xin’anjiang está quase inativa e o lago perdeu seu sentido como fonte de energia elétrica. Chegou-se a sugerir que o nível do lago fosse baixado para trazer a cidade novamente à tona, mas como ela está debaixo d’água há 57 anos, especialistas creem que as construções de Shi Cheng não resistiriam à mudança do ambiente. Protegida do vento, da chuva e do sol, a “Atlântida da China”  é considerada uma verdadeira “cápsula do tempo”, pois boa parte da arquitetura permanece intacta, incluindo vigas de madeira e escadas.
A partir deste mês, mergulhadores avançados podem chegar perto das ruínas. A aventura é oferecida, entre maio e novembro, por operadoras chinesas especializadas como Big Blue e Zi Ao Diving Club. Como as ruínas ainda não estão totalmente mapeadas, o mergulho ainda é considerado “exploratório” e é limitado a mergulhadores de águas profundas e noite.
O custo do programa, normalmente de três dias de mergulho (que inclui transporte de Changai, hospedagem em hotel econômico, equipamentos de mergulho e alimentação), é de cerca de 2.480 yuans renminbis chineses (US$ 386) por pessoa. Também é possível participar da viagem sem mergulhar. Neste caso, o custo cai para 1.980 yuans renminbis chineses (US$ 305). O aéreo do Brasil para o destino internacional estão está incluso.