Turismo

Aérea quer transportar passageiros no bagageiro do avião em voos de 20 horas

Guilherme Grandi
03/04/2018 12:08
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A Qantas pretende criar cabines exclusivas e até mesmo uma academia em parte do bagageiro dos aviões. Foto: divulgação.

A companhia australiana Qantas quer transformar 20 horas ininterruptas de voo em uma experiência mais agradável. Ainda que inusitada, a aérea está propondo transformar o bagageiro da aeronave em um compartimento para passageiros.  A empresa propôs o desafio às gigantes Airbus e Boeing.
Na última semana, o diretor-executivo da Qantas, Alan Joyce, levantou a ideia de um dia usar parte do porão de cargas dos aviões para uma nova classe de cabine, onde alguns passageiros poderiam dormir em grandes camas e até mesmo se exercitarem em uma academia.
A sugestão faz parte do plano de Joyce para o ‘Project Sunrise’ – ou ‘Projeto Nascer do Sol’ em tradução livre – com o objetivo de criar um voo direto entre a Austrália (Sydney ou Melbourne) e o Reino Unido (Londres). Um voo direto para Nova York, nos EUA, também está nos planos.
Estes voos levariam mais de 20 horas ininterruptas, e por ora não há nenhum avião de passageiros que tenha tamanha autonomia. “Ao fazê-lo, precisamos reimaginar toda a experiência de viagem”, disse Alan Joyce em seu discurso. A Airbus e a Boeing já foram procuradas por ele, e sugeriam adaptações das versões A350-900 e 777-8X, respectivamente.
O diretor-executivo da Qantas deu um prazo de quatro anos para fazer as primeiras encomendas.
O voo mais longo da Qantas atualmente é uma rota direta de 17 horas entre Perth e Londres. Foto: Aeroporto de Perth/divulgação.
O voo mais longo da Qantas atualmente é uma rota direta de 17 horas entre Perth e Londres. Foto: Aeroporto de Perth/divulgação.

17 horas voando

No final do mês passado, a própria Qantas lançou seu voo mais longo sem escalas, com uma operação direta entre Perth – região oeste da Austrália – e Londres, na Inglaterra. Foram 17 horas voando sem precisar fazer escalas em Cingapura ou no Oriente Médio.
No dia do lançamento, Alan Joyce já afirmou sonhar com a rota ligando o leste da ilha à costa leste americana e a capital inglesa. A confirmação da ideia viria na semana seguinte.

Cassino e chuveiro no céu?

Esta não é a primeira vez que uma companhia aérea faz promessas estranhas sobre amenidades de voo. Em 2005, o presidente da Virgin Atlantic, Richard Branson, sugeriu criar cassinos em voos de longa duração com o A380, o maior avião de passageiros do mundo. A ideia não foi para frente, mas também não foi totalmente engavetada.
A companhia low-cost europeia RyanAir também chegou a testar um serviço de cassino no céu que funcionaria nos smartphones dos passageiros por uma rede wi-fi. No entanto, a ideia não vingou por questões tecnológicas.
Já a Lufthansa está trabalhando para desenvolver aulas de yoga em voo e outras experiências de condicionamento físico.
Por ora, a única ideia que rendeu foi a da Etihad, de instalar camas de casal e chuveiros em três cabines privativas chamadas de The Residence, em aviões A380.
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