Turismo

Golpe do visto: aumenta número de vítimas que não poderão viajar aos Estados Unidos

Carolina Werneck
11/06/2018 12:00
Thumbnail

Foto: Pixabay.

Subiu para 34 o número de possíveis vítimas do golpe aplicado por uma agência de Porto Alegre em pessoas que tentavam tirar o visto no Consulado dos Estados Unidos na cidade. Inicialmente a Polícia Civil do Rio Grande do Sul trabalhava com 19 vítimas. Agora, o delegado Marco Antônio de Souza afirma que está verificando outros 15 casos relatados após a divulgação dos primeiros. O principal suspeito de estar aplicando o golpe é o empresário Breno Leal Berto, de 55 anos, dono da agência EB Vistos.
“As vítimas se espalham para além do Rio Grande do Sul. Com a divulgação dos primeiros casos, recebemos o contato de pessoas de fora do estado que passaram pela mesma situação. Encontramos encaminhamentos de visto do Recife, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e interior de São Paulo“, atualiza Souza. O próximo passo, segundo ele, é ouvir essas novas possíveis vítimas para entender o que aconteceu com cada uma delas.
A polícia também trabalha com a possibilidade de que outras pessoas, além de Berto, estivessem envolvidas no golpe. O empresário continua foragido e o delegado não descarta a hipótese de que ele tenha fugido para o exterior. “A gente está fazendo buscas nos locais que ele costumava frequentar. Mas, até agora, não tivemos sinais dele. É uma possibilidade [que ele tenha deixado o país], até porque ele tem uma condição financeira razoável e tinha essas conexões justamente relacionadas ao turismo.”

O golpe

Em outubro de 2017, o Consulado Americano em Porto Alegre procurou a Polícia Civil para relatar problemas com os agendamentos de visto. Algumas pessoas alegavam ter entrevistas agendadas no órgão, mas seus nomes não estavam no sistema do Consulado. Ao verificar cada uma das histórias, a polícia percebeu que todas as vítimas tinham efetuado pagamentos para a mesma agência: a EB Vistos.
Os pagamentos eram feitos de forma antecipada e Berto dizia ter agendado as entrevistas junto ao Consulado. Mas isso não acontecia. “Ele ficava trocando as datas, dizia que o sistema estava fora do ar, que o Consulado não estava fazendo entrevistas naquele semestre, enfim, ficava enrolando”, detalha o delegado. Cada uma das vítimas desembolsou valores entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil.

Como evitar?

Para evitar cair em golpes como esse, o delegado responsável pela investigação do caso aconselha que as pessoas “sempre entrem em contato com o Consulado, que é o local autorizado a solucionar esse tipo de dúvida. Tentem acompanhar o serviço feito por essas agências junto ao sistema. Se a agência diz que agendou, com certeza teu nome tem que estar no sistema do Consulado.”
O Consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre divulgou uma nota sobre o assunto. Leia na íntegra: