Turismo

Onde se escondem as mais lindas cavernas do Paraná e como visitar cada uma delas

Rafael Costa
07/08/2017 18:00
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Foto: João Senechal/Divulgação

O que há no interior das cavernas que torna esses lugares exóticos um lugar propício para quem busca aventuras e turismos de exploração?  A bióloga Gisele Sessegolo, especialista nesse tipo de local, explica: “É um ambiente riquíssimo. Cada caverna é única e tem formatos e ornamentações totalmente diferentes” , disse, em entrevista ao Viver Bem. Para conhecer esses locais, no entanto, é preciso um certo cuidado.
Há dicas e alertas importantes para a atividade. A preparação básica inclui o uso de sapatos fechados e com solas antiderrapantes (qualquer coisa que tenha salto ou se pareça com um chinelo está terminantemente vetada), além de roupas confortáveis e flexíveis (mangas compridas são fundamentais).
No caso de grutas e cavernas que não têm estrutura preparada para visitação, a presença de um guia experiente é fundamental, assim como equipamentos de segurança como capacete, lanternas e roupa específica para este tipo de atividade, que pode ser perigosa.
Perguntamos para Gisele e  Fernanda Mochiutti, do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe), de Ponta Grossa, quais valem a visita aqui no Paraná. Confira:
1. Parque Municipal Gruta do Bacaetava (Colombo)
A Gruta do Bacaetava, em Colombo, é a caverna aberta para visitação mais próxima de Curitiba — fica a cerca de 30 quilômetros da capital. Sua estrutura voltada para o visitante é um de seus atrativos. “É tratada com muito zelo pelo município. Tem estrutura de apoio a visitantes, vídeos e um corpo de guias para levar os visitantes para a caverna e tirar dúvidas”, conta Gisele Sessegolo.
Foto: João Senechal/Divulgação
Foto: João Senechal/Divulgação
Como é: ao entrar na caverna, que fica no meio de uma mata de araucárias, o visitante percorre 200 metros por uma passarela entre formações espeleológicas como estalactites e estalagmites.
Onde: R. Antonio Gasparin, s/n – Colombo
Quando: De quarta a domingo, das 8h30 às 12h e das 13h às 16h30 (a última entrada na caverna é às 16h). Feriados mediante consulta.
Quanto: entrada franca. Grupos com mais de 12 pessoas precisam agendar a visita.
Mais informações: (41) 3656-5669 / 3656-6600
2. Gruta dos Jesuítas — Parque Estadual de Campinhos (Tunas do Paraná)
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Principal atrativo do Parque Estadual de Campinhos, em Tunas do Paraná, a gruta fica a cerca de 70 quilômetros de Curitiba e é uma das maiores do Paraná. Tem trajetos variados com níveis diferentes de dificuldade.
Espeleotemas com formato de máscaras do "Pânico" no trajeto principal da caverna dos Jesuítas. Foto: Divulgação
Espeleotemas com formato de máscaras do "Pânico" no trajeto principal da caverna dos Jesuítas. Foto: Divulgação
Como é: o trajeto na caverna chega a 550 metros e passa por salões e formações espeleológicas vistosas. “É uma caverna com formações muito bem conservadas e com apelo cênico muito bonito”, conta Gisele. O Parque Estadual de Campinhos também conta com trilhas para quem é de caminhada.
Onde: Parque Estadual de Campinhos — Tunas do Paraná — BR-476, km 67.
Quando: de terça a sexta, das 9h até às 17h (última entrada às 14h30).
Quanto: Entrada franca. Acima de 15 pessoas, é necessário agendar.
Mais informações: (41) 3659-1428 e pecampinhos@iap.pr.gov.br.
3. Gruta da Lancinha (Rio Branco do Sul)
Foto: Acervo pessoal
Foto: Acervo pessoal
É a terceira maior caverna do Paraná, a pouco mais de 30 quilômetros de Curitiba. Voltou a receber ações voltadas para a visitação em 2015 — as visitas não guiadas foram proibidas após depredações de espeleotemas. O nome da caverna — que fica a quatro quilômetros do centro de Rio Branco do Sul — vem do formato de abertura de uma de suas saídas, que lembra uma ponta de lança de pedra. Deve ser evitada no início de primavera, quando os morcegos entram na temporada de reprodução e causam um alvoroço que pode deixar a visita tensa.
⁠⁠⁠Flores de aragonita, um dos espeleotemas encontrados na caverna da Lancinha. Foto: Acervo pessoal
⁠⁠⁠Flores de aragonita, um dos espeleotemas encontrados na caverna da Lancinha. Foto: Acervo pessoal
Como é: boa parte da caverna é banhada pelo Ribeirão da Lança, então prepare-se para se molhar. Dentre os “espeleotemas” (as formas encontradas na caverna) estão estalactites (coluna pendente do teto) e cascatas de calcita. Tem três trajetos possíveis: o trajeto da dolina desabada, com 500 metros (cerca de uma hora de duração); o trecho do rio, com um quilômetro (cerca de três horas de duração); e o trajeto completo, até o chamado “salão das festas”, com cerca de 1,5 quilômetro (cerca de seis horas de duração). Não é recomendada para crianças e idosos.
Onde: Estrada principal da Lancinha, s/n.º — Rio Branco do Sul. Acesso pela comunidade de Oristela.
Quando: todos os dias entre 8 e 17h, mediante agendamento (a visita não-guiada é proibida).
Quanto: os guias encaminhados pela Secretaria de Meio Ambiente cobram valores a partir de cerca de R$ 20 por pessoa, mas não há preço predefinido.
Informações e agendamentos: (41) 3973-8166 e meioambiente@riobrancodosul.pr.gov.br.
4. Olhos D’Água (Castro)
Foto: Acervo Gupe
Foto: Acervo Gupe
A gruta localizada a 35 quilômetros do centro de Castro não tem estrutura preparada para visitação, então só pode ser visitada na companhia de guias de ecoturismo e grupos de espeleologia, com as devidas medidas de segurança. Fica em uma propriedade particular no distrito de Abapã, em Castro, a cerca de 150 quilômetros de Curitiba.
Como é: todo o trajeto, de cerca de 600 metros de extensão, é percorrido por um rio. Leva-se de duas a três horas para vencê-lo. “É uma caverna que, para entrar, é preciso se arrastar, se molhar, se sujar”, conta Fernanda Mochiutti.
Foto: Divulgação/Prefeitura de Castro
Foto: Divulgação/Prefeitura de Castro
A integrante do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe), de Ponta Grossa, explica que a gruta tem formas típicas de cavernas de rocha calcária, que é facilmente dissolvida pela água, formando salões amplos e ornamentações como estalactites, estalagmites e colunas.
Foto: Fernanda Mochiutti/Acervo pessoal
Foto: Fernanda Mochiutti/Acervo pessoal
“Ela também tem uma fauna típica. Tem bichos que só moram lá dentro — aracnídeos, pequenos artrópodes, aranhas diversas”, conta. “Precisa ser visitada na companhia de uma pessoa que já conhece e que use equipamentos de segurança”, reforça.
Onde: Distrito de Abapã — Castro. Acesso pela PR-513. Após 13 quilômetros de estrada de terra no distrito de Abapã, chega-se à propriedade particular onde fica a gruta.
Mais informações: (42) 2122-5089 / (42) 2122-5090 (Diretoria Municipal de Indústria, Comercio, Turismo e Cultura — Prefeitura Municipal de Castro)
5. Buraco do Padre (Ponta Grossa)
Foto: Joel Rocha/Divulgação
Foto: Joel Rocha/Divulgação
A furna é bem diferente do que se conhece como caverna no senso comum, mas trata-se de uma caverna que se desenvolveu de baixo para cima, até formar a abertura no topo, conforme explica Fernanda Mochiutti.
Como é: A furna é conhecida pela vista espetacular criada pela cachoeira que em seu interior e forma um lago. O parque tem estrutura para visitação e recentemente ganhou readequações para receber pessoas com necessidades especiais e com dificuldade de locomoção.
Onde: acesso pela Rodovia do Talco, PR 513, km 14 — Distrito de Itaiacoca — Ponta Grossa. Quando: de quinta a domingo e feriados, das 9h às 17h (a saída é obrigatória até às 19h).
Quanto: R$ 16 e R$ 8 (meia-entrada).
Mais informações: (42) 3220-2677 e www.aguiaflorestal.com.br/buracodopadre.
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