Turismo

Com medo de sair de casa, mulher usa Google Street View para “fotografar” o mundo

Redação
21/08/2017 10:39
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Foto: Reprodução

“A agorafobia e a ansiedade limitaram minha capacidade de viajar, então achei num outro jeito de ver o mundo.” Assim a neozelandesa radicada em Londres Jacqui Kenny explica o projeto Agoraphobic Traveller (em português, viajante agorafóbico) — uma coleção de imagens capturadas no Google Street View que ela vem postando no Instagram @streetview.portraits.
Em entrevistas à mídia britânica, Jacqui — que tem 43 anos — conta que foi diagnosticada com agorafobia há oito anos. O transtorno, que torna difícil para as pessoas irem a qualquer lugar público fora de suas zonas de conforto, a impedia de viajar. No meio de um período emocionalmente difícil que se seguiu ao fechamento de uma empresa que ela havia fundado, no ano passado, ela começou a passar longos períodos de tempo navegando na ferramenta do Google. A atividade acabou se tornando um projeto criativo: Jacqui capturou dezenas de milhares de imagens em suas viagens virtuais, e começou a postar seus maiores achados no Instagram.  
A coleção, que reuniu cerca de 27 mil capturas de tela, passa por destinos pouco óbvios, que Jacqui explora de acordo com a luz, as paisagens e a arquitetura que mais a agradam. Os lugares mais áridos estão entre os preferidos.
São cidades pequenas e localidades isoladas em países como Rússia, Mongólia, México, Chile — quanto mais improváveis de serem visitados por Jacqui, maior a atração para ela.
Ela conta que a experiência, embora envolva horas a fio em um ambiente fechado com um computador, a fez se sentir mais conectada com o mundo.
A exploração é demorada: Jacqui conta que vasculha as localidades exaustivamente até achar cenas e ângulos que valham a captura. Podem ser casas, árvores, animais, pessoas esperando ônibus, carros, cachorros correndo atrás do carro do Google.
As cenas são fortuitas — o projeto não aposta em registros cômicos ou extraordinários do Google Street View, que já foram reunidos em vários sites da web; o que vale é o olhar particular da “fotógrafa”.
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