Turismo

Feijoada em avião? Não aconteceu, mas saiba o que as aéreas permitem durante o voo

Rafael Costa
05/10/2017 17:48
Thumbnail

Foto: Bigstock

Está circulando na internet uma foto com dois passageiros comendo o que parece ser uma feijoada durante uma viagem de avião.
A imagem foi divulgada pela página de humor “Whatsapp da Vovó”, no Facebook, acompanhada de uma descrição que dizia se tratar da primeira viagem de uma idosa que, ao saber que uma companhia aérea só ofereceria “biscoitinho” no voo, teria ficado “escandalizada” e preparado a refeição para a família.
Foi uma brincadeira de um leitor da página, que contou ao Viver Bem ter inventado a história para movimentar um grupo de viagem na rede social.
Ele não se lembra de onde tirou a imagem, mas uma busca no Google mostra que a foto circula por perfis do Twitter de outros países desde o fim de setembro.
As embalagens com rótulos em inglês que aparecem no registro, também indicam que o episódio não aconteceu no Brasil.
Mas e se alguém quisesse promover uma feijuca no céu, poderia?
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o embarque de comida no avião não é regulado pelo órgão.
A fiscalização do transporte de alimentos no Brasil é responsabilidade do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional do Ministério da Agricultura, no caso de produtos trazidos ao país em voos internacionais. A entrada com comida em países estrangeiros, por outro lado, precisa seguir regras específicas de cada lugar e pode gerar problemas para o turista.
No caso de voos domésticos no Brasil, a atribuição é das agências de defesa agropecuária estaduais. Ainda assim, apenas o ingresso de produtos de interesse agropecuário é fiscalizado por estes órgãos.
Não é o caso de uma feijoada preparada para ser consumida na cabine. Eventuais restrições ao embarque de comida no avião ficariam por conta da política de cada companhia aérea. Mas elas preferem confiar no bom senso de cada passageiro, e não regulam a prática no Brasil.
A Gol não proíbe a entrada de alimentos, informou a assessoria de comunicação da empresa. A companhia explicou, no entanto, que fornece alimentos gratuitos no serviço de bordo da ponte aérea e snacks nos demais voos nacionais. Nos voos internacionais, os menus são preparados de acordo com a duração e o horário do voo e também gratuitos.
A Latam também informou que não restringe o embarque de alimentos e bebidas nos voos, “desde que cumpram as normas de segurança”. A companhia implementou seu serviço pago de alimentação de bordo em 80% dos seus voos. O “Mercado Latam” começou a ser ofertado nos voos com origem ou destino em Curitiba, Foz do Iguaçu e Londrina no fim de setembro.
Na mesma linha, a Avianca Brasil disse que “não restringe o embarque de alimentos e bebidas em seus voos domésticos”, e também ressaltou que oferece sanduíches e bebidas sem cobrança adicional em seu serviço de bordo.
Na Azul, a única restrição é para bebidas alcoólicas: o cliente só pode consumir álcool se estiver no cardápio da companhia, que só disponibiliza este tipo de bebida em voos internacionais. “Com relação ao consumo de alimentos a bordo, não temos restrição”, respondeu a empresa, por meio de assessoria.
LEIA TAMBÉM