Turismo

Ainda dá tempo de conhecer o Mosteiro da Ressurreição, em Ponta Grossa

Rafael Costa
19/08/2017 08:00
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Claustro do Mosteiro da Ressurreição, em Ponta Grossa. Foto: Divulgação

O Mosteiro da Ressurreição, de Ponta Grossa, a 110 km de Curitiba, está de mudança. Há tempos que os monges beneditinos estão querendo deixar a atual sede na Colônia Eurídice para se instalar em Itaiacoca — um distrito mais isolado da zona urbana e, portanto, mais adequado à vida monástica.
Isso não significa que é preciso correr para visitar o mosteiro, que é um velho conhecido da região (está lá desde 1985). A mudança ainda deve demorar um pouco. O almoço beneficente que os monges estão promovendo neste domingo (20), no entanto, é uma boa oportunidade para visitá-los e conhecer um pouco mais da vida deles.
A abadia vai sediar uma feijoada a partir do meio-dia — uma programação rara, feita apenas três vezes por ano, que muda totalmente a rotina do mosteiro.
Bosque do mosteiro. Fotos: Divulgação
Bosque do mosteiro. Fotos: Divulgação
O bosque, que normalmente recebe piqueniques de famílias à procura de um ambiente pacato e meditativo, servirá de estacionamento, enquanto lugares normalmente fechados para a visitação, como a clausura, ficarão abertos — o claustro, um espaço cercado por arcos, é a parte central do mosteiro.
O claustro do Mosteiro da Ressurreição.
O claustro do Mosteiro da Ressurreição.
O almoço custará R$ 30 por pessoa e são esperados cerca de 600 visitantes. Os monges pedem que os interessados comprem antecipadamente ou telefonem para reservar. Os recursos serão usados na construção da nova sede que, por enquanto, tem apenas uma hospedaria e uma área de serviço já de pé.
“Quando nosso mosteiro foi fundado, tinha como intuito um afastamento do mundo, da sociedade — não somente espiritual, mas também fisicamente, porque acreditamos que isso pode colaborar para que tenhamos uma vida monástica mais saudável”, conta o monge Daniel Sousa.
“Quando os primeiros monges adquiriram este terreno, já sabiam que a cidade iria se aproximar, e isso está acontecendo. Às vezes, estamos em oração e há um carro de som próximo”, exemplifica.
Lojinha e hospedaria
Além dos almoços, que são feitos sempre uma vez em maio, agosto e novembro, o mosteiro também é financiado pela lojinha, que vende velas e pães de produção própria, além dos CDs de canto gregoriano gravados pelos monges e de artigos religiosos.
Postaria e lojinha do Mosteiro da Ressurreição.<br>
Postaria e lojinha do Mosteiro da Ressurreição.<br>
A hospedaria, que tem espaço para dez visitantes, funciona de terça-feira a domingo, da mesma forma que as outras atividades abertas ao público. Não tem custo predefinido e precisa de agendamento.
Há um monge responsável por este serviço, que oferece uma oportunidade para os hóspedes conhecerem a rotina do mosteiro. Nenhuma atividade é obrigatória e nem é preciso ser religioso — a rotina dos beneditinos começa às 4 horas e só termina às 19h40.
“Há pessoas que nos procuram com o intuito de fazer um retiro, um acompanhamento com algum monge, participar de orações. O mosteiro oferece um espaço de recolhimento”, conta Daniel.
Se não é necessariamente uma atividade católica, um hotel para pernoitar a trabalho, por exemplo, a hospedaria também não é. “Fazemos questão de diferenciar a hospedaria de uma hotelaria. Nossa hospedaria proporciona um retiro para a pessoa. Não é uma pousada”, ressalta.
Canto
O Mosteiro da Ressurreição abre para o público de terça a domingo. É durante as orações que é possível ouvir os monges praticando o canto gregoriano. Elas acontecem sete vezes por dia, às 6h15, 8h30, 12h, 14h30, 17h30 e 19h30 — aos domingos, a oração das 4h20 também é aberta ao público.
Capela do Mosteiro da Ressurreição.
Capela do Mosteiro da Ressurreição.
Tanto hinos originais em latim quando adaptações para o português e composições originais fazem parte das orações. O canto gregoriano foi um dos fatores que contribuíram para que o mosteiro ficasse conhecido.
“Desde a fundação, o mosteiro teve o intuito de prezar pela vida litúrgica nos moldes do Concílio Vaticano II, que incentivou a inculturação, que é levar a realidade de cada povo àquilo que faz parte da tradição da Igreja”, explica Daniel.
“O mosteiro pensou que, compondo novos cantos em português ou adaptando para a língua portuguesa as melodias originais, estaria concretizando o projeto do Concílio.” Há seis CDs com esta produção à venda na lojinha dos monges.
Serviço
A Abadia da Ressurreição fica na Colônica Eurídice, em Ponta Grossa, a cerca de 130 quilômetros de Curitiba. O acesso é feito pela Av. Souza Naves, no km 9. Mais informações no site oficial e pelos telefones (42) 3228-9015 e (42) 3228-0043.
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